A mulherada ainda vai levar muitos anos para conquistar respeito em todas as esferas da sociedade.
Até nas premiações cinematográficas isso é evidente.
Foi enfatizado pelo próprio apresentador do Globo de Ouro de 2019, um fulano metido a engraçadinho fazendo piadinhas provocativas como todos os outros.
Ele foi explícito: neste ano nenhuma mulher foi indicada na direção de filmes.
As mulheres não têm criatividade? Nenhuma conta com roteiristas geniais? Ou é falta de apoio e verbas da indústria cinematográfica?
Mas houve quebra de paradigma neste sentido. O filme que ganhou o prêmio máximo da última edição foi feito com baixos recursos financeiros e elenco sem mega estrelas, “1917”. Ganhou pelo enredo e técnica.
Em apenas um discurso, uma atriz lembrou que as mulheres são maioria nas eleições e devem se lembrar disso na hora do voto.
Nem parece que isso aconteceu na maior economia do mundo, país democrático e de tradição no reconhecimento de direitos civis.
No entanto, a maior honraria feita a uma atriz foi à sua versatilidade na arte de fazer rir, entrevistar e ostentar a bandeira gay.
E daí? O que têm a ver as escolhas pessoais com a luta da mulher pela igualdade de direitos? Uma coisa não se sobrepõe à outra.
Tanto no cinema como em qualquer outro segmento da sociedade a mulher perde quando divide forças.
Se isso acontece no mundo da fantasia, imaginem no mundo real.
Tanto lá como cá continuamos na rabeira do mundo, um passo atrás.
Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.