27 de abril de 2024
Colunistas Junia Turra

Regionalismo e Dialeto

Os países de Língua Alemã mantêm o Hochdeutsch (alemão alto, ou a língua padrão para todos). Cada país tem seus dialetos e regionalismos. Não é apenas entre os países, mas entre regiões dentro de um próprio país ou mesmo entre cidades ou vilas de uma mesma região.

Se não houver uma língua comum a todos, fica difícil a comunicação.

No Reino Unido funciona assim também. Difícil entender as expressões que variam de um lugar para outro. Um irlandês e um escocês falando em dialeto? Algo de outro planeta para quem chegar com o inglês “the book is on the table”.

As variações incluem uma maneira própria de falar (dialeto), que traz os “regionalismos”: palavras ou expressões distintas para uma mesma coisa como bolacha ou biscoito, bergamota ou mexerica, pingado, meia, cafezinho…

E nós precisamos conhecer os nossos regionalismos… Um país tão grande e tão rico, com uma língua maravilhosa e suas variações.

O escritor Guimarães Rosa mostrou isso como ninguém. O livro “Grande Sertão Veredas” é um clássico, com tradução minuciosa em várias línguas, tentando mostrar o nosso universo do homem simples. Monteiro Lobato faz o mesmo para as crianças, situando um universo lúdico contando história e a nossa História.

Abra a mente, amplie o olhar, busque a boa leitura.

Imagine que a turma do Lula, Dilma e os coligados querem “traduzir” Guimarães Rosa para nós mesmos. E reescrever Monteiro Lobato por considerá-lo discriminatório, isso dentro de um contexto onde não há nada além do universo de personagens infantis.

Temos que parar esse discurso de ódio de quem discursa falsamente pela paz. E vale a reflexão em cima da mentalidade tacanha de criar arestas e se achar mais do que o outro por ser desse ou daquele lugar.

Uma certa pessoa do Rio de Janeiro me disse: “a fulana te criticou : “só podia mesmo ser paulista”. Mas não se preocupe, eu disse: claro que não é paulista, imagina…”

Eu respondi: Pode dizer a ela, que eu sou paulista. Mais do que isso. Sou da Capitania hereditária São Paulo-Minas Gerais, com o maior orgulho.

Vamos trocar o bairrismo pelo conhecimento?

Se a pessoa tem o perfil ou se identifica mais com o baiano, o carioca, o gaúcho, é questão pessoal e intransferível. A disputa fica para o futebol e similares… Com espírito esportivo.

Quem tem essa mentalidade pequena não pode criticar o esquema de manipulação jogando uns contra os outros:

BLM? Only Black? Lives Matter? ALL lives Matter.
Até porque os escravos negros foram negociados inclusive por eles mesmos na África.

Mas ninguém lembra dos escravos brancos? Sim, milhares e milhares vendidos especialmente para os Estados Unidos… Está lá nos arquivos.

Aliás, desde a Idade Média, nas Guerras Santas.
Os algozes? Os islâmicos. Mas a esquerda esqueceu e os bairristas também.

Então… Será que os gaúchos ainda podem dizer que o doce brigadeiro é “negrinho”? Qual a ofensa?

Vejam o video

Não está na palavra. O racismo e a discriminação estão na mentalidade pequena, no olhar de desprezo, na atitude de soberba, na forma de pensar. Muitos brancos, negros, mestiços se acham o recheio do bolo neste ou naquele Estado?

Se você tem orgulho de ser de um lugar e ama as suas tradições e maneira de ser, isso é maravilhoso. Mas cuidado com o limite tênue que te impulsiona a achar que você é melhor do que os demais e está acima deles.

Faça uma reflexão que ainda dá tempo…
Junia Turra

Jornalista internacional, diretora de TV, atualmente atuando no exterior.

Jornalista internacional, diretora de TV, atualmente atuando no exterior.

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