Hoje é um desses dias que não deveriam existir. Dia para ser apagado, todas as linhas.
Nada! Eu do outro lado do mundo. Sentei do lado de fora de casa pra ver o sol se por. Aquele aperto no peito e amargo na boca. O céu ficou cinza escuro, como se um temporal se formasse, mas o sol intenso no fundo. Criei coragem para ler a mensagem que todos falavam ser real. E escrevi ali.
E voltei para olhar o céu. O telefone toca. E ela chorava do outro lado. E eu chorava do lado de cá.
É uma dor que não tem tamanho. Um mal súbito. Sim, foi um mal súbito que levou a pequena tão amorosa e tão amada. Um algo que não se explica. Foi medicada mas não resistiu.
Pais maravilhosos e filhos criados com tanto amor. Por quê? Por que isso?
Como uma avalanche, um terremoto, um tsunami? Tudo arrasado. Por quê?
Porque o peso da vida vem com os anos, com a vivência.
Como as coisas perdem a importância, como as preocupações se tornam inúteis quando se tem a certeza da profundidade do amor. O amor transforma.
Jornalista internacional, diretora de TV, atualmente atuando no exterior.