3 de dezembro de 2024
Colunistas Joseph Agamol

Para as ideologias revolucionárias, palavras são poder

São tantos os casos clássicos nos quais ideólogos revolucionários se apropriam, desavergonhadamente, de determinados termos, torcem vergonhosamente seu real significado e usam-nos a seu bel-prazer, com óbvias finalidades políticas, que fica difícil escolher um.

“Democracia”, por exemplo.
Desde garoto percebi que regimes que adotam “democracia” como nome oficial quase sempre estão longe de serem paraísos democráticos: a extinta República Democrática Alemã, por exemplo, a antiga Alemanha Oriental, era uma feroz ditadura onde imperavam as regras da Stasi, uma das polícias secretas mais temidas do século 20 – e que teria contado inclusive com ex-nazistas a seu serviço.

Outra palavra torcida e retorcida pelos ideólogos revolucionários e suas ovelhinhas cheerleeders é “fascismo”. Virou quase um sinal de pontuação, uma palavra mágica, quase um “abracadabra”, usado para tentar desqualificar um adversário.

– blá-blá-blá “fascismo”, lero-lero-lero “você é fascista!”.

E por aí vai.

A palavra que está, tristemente, a ter seu significado torcido, retorcido e distorcido é “genocídio”.

Fonte: Google Imagens – Wikipedia
Como ser humano, sinto vergonha, tristeza e repulsa por esse termo.
Repugna-me usá-lo e tento fazê-lo apenas quando realmente se justifica.

Isso porque acredito que usá-la em vão é um vilipêndio à memória de povos que foram, verdadeiramente, vítimas de genocídio, como judeus e ucranianos, armênios e cambojanos.
Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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