Em um futuro próximo, ousar pensar livremente será tão raro quanto um negro jaguar do deserto, de olhos azuis.
Nenhuma distopia da ficção, seja do cinema ou da literatura, é capaz de superar o mundo em que vivemos hoje.
“1984”, de George Orwell? Esqueça. “Matrix”, dos ex-irmãos, agora irmãs, Wachowksi? Na-na-ni-na-não. “Jogos Vorazes”? Ah, quando você quiser falar sério me chama, tá?
Hoje, há uma lei não promulgada, tal qual a mão invisível de Adam Smith, que busca determinar se é bom ou mau não apenas o que fazemos.
Mas o que pensamos e até o que SENTIMOS.
Quando o objetivo dessa gente for atingido, não haverá mais censura – “ué, Joseph, mas isso não é BOM?!”
Não haverá mais censura – porque não haverá mais pensamento livre.
Perseguidos pela Ditadura do Pensamento Único, pensamentos livres sobreviverão, tal como os leopardos das neves e os jaguares do deserto, apenas em reservas inacessíveis:
As mentes dos últimos homens e mulheres amantes do conhecimento.
E do perigo que representará ousar pensar livremente.
Até que estes, um dia, não consigam mais sequer imaginar pensar além dos limites estabelecidos pelos ditadores morais e éticos.
Será, então, o fim da espécie humana tal como a conhecemos.


Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.