Hoje li que no próximo show de Bruce Springsteen, em Nova York, só será permitido o ingresso de pessoas vacinadas com as vacinas aprovadas pelo órgão americano responsável, o F.D.A.
No caso, vacinados com vacinas como a Coronavac e Astra Zeneca serão barrados. Fiquei matutando.
É possível que o próprio Bruce não tenha sequer se envolvido nessa questão, deixada a cargo dos promotores do evento, talvez. Mas não duvido que ele a tenha endossado. E até com entusiasmo.
Isso porque nunca deixa de me impressionar a capacidade de muitos dos que vivem da arte têm para escolher o lado errado da Força. E apoiar, por extensão, as medidas totalitárias que só os adeptos das ideologias revolucionárias propõem.
E tais artistas o fazem com um orgulho, uma convicção, um apego e um denodo que só os mais profundamente ignorantes possuem.
E ignorante na acepção clássica da palavra: aquele que ignora.
Quanto a mim, confesso que perdi, para parafrasear mais um dos integrantes do clube que acabei de citar: eu não consigo isolar o homem, no caso, Bruce, que possivelmente apoia atitudes discriminatórias como essa da vacina e ajuda a eleger um inepto como presidente dos Estados Unidos, do músico que compôs algumas canções que amo, como “Waiting on a sunny day”.
E explico o porquê: me indigna o fato de poemas e músicas estarem a serviço de ideologias nefastas.
São como aqueles testes de percepção, nos quais algumas figuras estão escondidas: uma vez que você as encontre, não deixa de vê-las nunca mais.
Quando o barro dos ídolos rui, é impossível restaurar o pó.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.