Hoje lembrei do último prisioneiro de Spandau, a prisão na qual ficaram encarcerados os prisioneiros nazi, após a derrota alemã na 2a Guerra Mundial.
No inicio, em 1947, sete líderes nazistas ocuparam Spandau.
Ao longo dos anos, foram aos poucos sendo libertados. Os penúltimos deixaram a prisão em 1967 – e o último, Rudolph Hess, permaneceu lá, sozinho, por mais 20 anos, até suicidar-se, em 1987.
Sobre Hess escreveu-se um livro, “O Homem Mais Solitário do Mundo”, e a sensação que tenho é que ele, como os outros líderes do nazifascismo derrotado em 1945, jamais poderá pagar suas dívidas com o Eterno – mas, ao menos no mundo dos homens, fez-se o possível para que fossem punidos, e, uma vez punidos, cumprissem suas penas.
Essa noção básica para a vida em sociedade, a ideia de que, havendo crime, haverá castigo, foi, no dia de hoje, novamente ridicularizada em nosso país.
Contemos apenas com a justiça do Senhor.
Porque a justiça dos homens, aqui, é solitária como o último homem em Spandau.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.