Nem daquelas sem graça que a gente ri só por… educação.
Fui professor no Rio de Janeiro por 20 anos.
Minha carreira no magistério atravessou os mandatos de, dexovê aqui, um, dois, três… seis governadores, contando os em fim de mandato e interinos. E dois prefeitos.
E, olha, nunca, amigos e vizinhos, pude aferir quaisquer ganhos de qualidade ao longo desse tempo: ao contrário. Infelizmente.
Nunca fui afeito a gabinetes, papelórios, cálculos e estatísticas: deixo isso para os pedagogos e burocratas da Educação.
Como professor, era daqueles em que corria pó de giz nas veias. Minha cachaça. Meu vício.
Meu maior orgulho eram frases soltas que ouvia a meu respeito, à socapa:
– o professor J.? Presta atenção em TUDO que ele fala. TUDO! Esquece o livro!
– professor J.? Ninguém zoa na aula dele não, cara, todo mundo pianinho.
– cara, o J. é maluco! Ele faz os próprios textos dele! Não usa livro!
Eu acredito firmemente que o PRINCIPAL – e talvez único – investimento que realmente produziria ganho de qualidade na Educação do nosso Principado da Crapulândia deveria ser feito no professor.
E quando falo em investimento não me refiro apenas a dinheiro. Me refiro a respeito, gratidão, empatia e incentivo real.
Pensando bem, tem pouco a ver com dinheiro.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.