16 de maio de 2024
Colunistas Joseph Agamol

“Foi entre a quarta e a quinta-feira. Não foi na sexta”, ele pensou

(imagem: Greg Olsen)

Isso para cumprir a profecia do homem que ficou três dias no ventre do peixe. Yonah. Ele quase tinha esquecido o nome. Apertou com mais força o bornal onde estava o livro. O Livro, assim, em maiúsculas. Sua mão buscou o punhal à cintura. Não tinha nada para defender, a não ser O Livro.

Era quarta-feira, véspera do Shabbat HaGadol: o Shabbat Grande, como diziam. E, pela posição do sol sobre a estrada, devia ser por volta das três da tarde.

“Foi à essa hora”, ele pensou. Os pêlos dos seus braços se crisparam, efeito de um vento vindo sabe-se lá de onde. Ele lembrou do vento que rompeu o véu do santuário, logo após Ele expirar. Persignou-se. Ajoelhou-se, pois que, para ele, aquele seria para sempre solo sagrado.

Levantou, verificou as redondezas, e seguiu na estrada aberta à sua frente. Com um pouco de sorte, chegaria antes da Páscoa. Sorriu. Ele era o portador do Livro. Ele conseguiria.

“Foi entre a quarta e a quinta”, ele pensou mais uma vez. “Por volta das três. E não numa sexta”, repetiu para si mesmo.

E o mais importante: “Yeshua venceu”. Sorriu de novo, confortado por esse pensamento.

Yeshua vive.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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