10 de maio de 2024
Colunistas Joseph Agamol

A minimalização do ser humano

Imagem: a estação Grand Central, New York City, em 1941

O mundo está mais feio. Basta uma caminhada pelas ruas das grandes cidades para constatar, que, sob a justificativa do minimalismo, a sociedade está sendo, definitivamente, enfeada.

Sim, eu entendo que o aumento da população mundial dificulta manter o padrão estético que imperou do século 19 aos anos 40, 50 e 60 do século 20.

Mas tudo precisa ser tão mínimo? Tão enxuto? Cru? Tão sem detalhes? Tão sem um certo refinamento? Tão árido aos olhos humanos? Tão… feio?

Basta comparar uma imagem que mostre os raios de sol se filtrando por entre as janelas da estação Grand Central, por exemplo, com uma rodoviária atual.

Será que a verdadeira justificativa para esse processo de padronização da sociedade seria o fato de que com a neutralidade obtida não se corre o risco de ofender alguém?

Assim, caminhamos a passos largos para um mundo asséptico, insosso, inodoro, sem identidade alguma, e que apenas… existe.

A minimalização do mundo é, na verdade, apenas uma etapa para a minimalização do próprio ser humano.

Que, então, apenas, existirá.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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