24 de abril de 2024
Veículos

Um test-drive com a versão mais completa do Chevrolet Onix (e com a esportiva também)

Durante uma semana, dirigi o Onix Premier 2022 que você vê nestas fotos, principalmente em trechos urbanos. Bem equipado e com um desempenho que sobra no uso urbano, ele é um carro que não cansa – nem aborrece – seu motorista. Bom, pelo menos não me cansou ou aborreceu. Dócil no conduzir, prático no dia a dia, também agradou aos passageiros que levei para passear comigo. Neste post, falo sobre minhas impressões dessa convivência e, ao final, mostro também um pouco da opção esportiva do modelo, a RS.

Antes, um pouco de contextualização: o Chevrolet Onix era o campeão de vendas em nosso mercado há tempos e só perdeu a primazia neste primeiro semestre por conta da interrupção na produção, provocada pela crise no fornecimento de semicondutores (que já começa a ser contornada). E quando falo “o Onix”, incluo nisso dois carros de gerações diferentes, começando pelo que atualmente é vendido como Joy – compacto de entrada da marca – e chegando ao ex-Novo Onix que você vê neste post. A passagem de bastão entre “pai e filho” aconteceu em 2019, não sem alguma expectativa.

O mercado acabou recebendo a substituição na equipe de modo bastante favorável e o modelo manteve sua liderança, tanto com o hatch, como com o sedã – o Onix Plus. Eu já conhecia o carro de outros carnavais, quer dizer, de outras avaliações, e essa semana com ele, na verdade, serviu para reforçar a minha opinião – e, de certa forma, a compreensão do porque ele vende tanto em um segmento em que não faltam bons concorrentes – como VW Polo, Hyundai HB20, Fiat Argo e Peugeot 208, por exemplo, todos eles com projetos atuais e com qualidade que os tornam dignos de qualquer garagem.

Qual seria então o segredo do Onix? Acho que é o equilíbrio, o bom ajuste entre seus recursos e características, sem exageros ou faltas.

Na aparência, ele passa contemporaneidade e um certo arrojo, sem ser chamativo. O tipo do carro que, se não vai provocar paixões avassaladoras à primeira vista – ao menos na maioria –, pode agradar a uma grande quantidade de pessoas, de diferentes idades e preferências. E esse estilo é visível tanto na carroceria – cuja frente mantém uma forte ligação com a identidade presente nos outros modelos da marca – quanto no interior, em instrumentos e painel.

Há um equilíbrio sensato, entre linhas, ângulos, materiais, volumes. Nesse Premier do teste, painel, forração das portas dianteiras e bancos eram marrons, com algumas partes em cor creme, criando um contraste interessante, sem ser espalhafatoso. Um capricho que ser resume ao espaço dianteiro, vale ressaltar, pois atrás os bancos e painéis das portas são “monocromáticos”.

O plástico de todos os componentes é rígido, mas passa a impressão de qualidade, também por ser muito bem montado, sem que se veja nada desalinhado ou rebarbas desagradáveis ao toque. Ainda assim, no console central, entre os bancos, a tampa do útil compartimento bem poderia vir acolchoada, pelo menos nesta versão topo de linha. Afinal, por sua posição, é ali que acabam sendo eventualmente apoiados os cotovelos de motorista e carona.

Conveniência e segurança

O clima de versão “top” é mais perceptível no pacote de conforto e conectividade. Sistema keyless (chave por aproximação e partida com botão), ar-condicionado digital, carregador sem fio para celular, acendimento automático de faróis, boa multimídia (compatível com Android e Apple) e wi-fi para até sete conexões (celulares, tablets e notebooks) a bordo estão na lista, que inclui até assistência para estacionamento.

No quesito segurança, o pacote traz controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, seis air-bags e indicador de ponto cego, entre outras coisas.

No trânsito

Como disse lá em cima, a maior parte de meus percursos com o Onix foram urbanos. Neles, o motor de três cilindros turbo deu conta do recado sem maiores esforços. Com 16,8 kgfm de torque já nas rotações mais baixas, vence a inércia e retoma velocidade com desenvoltura, raramente exigindo acelerações mais “profundas”. E cobra pouco por isso: usando o computador de bordo como parâmetro, registrei uma média próxima aos 12 km/l, com engarrafamentos, trânsito livre, ladeiras e vias expressas no cardápio.

O câmbio automático de seis marchas colabora tanto com o desempenho quanto com a economia. Se não é rápido o bastante para tocadas mais esportivas, trabalha suficientemente bem para que o carro tenha agilidade e, ao mesmo tempo, mantenha o jeitão suave na maior parte do tempo.

Mais para macio que para firme, o Onix foi bem nas curvas que fiz, passando confiança mesmo em retornos mais rápidos que ousei na pista do Aterro. Ele não se inclina demais, mas também não transmite toda imperfeição do asfalto para quem vai a bordo.

Espaço padrão compacto

A posição de dirigir e o espaço para motorista e passageiros são bons. O volante traz comandos de acionamento da multimídia, telefone (por bluetooth) e do piloto automático. Consegui ajustar o banco – macio, mas com apoio satisfatório para o corpo – e o volante para as minhas medidas. Quem viajou atrás de mim teve espaço para as pernas, mas não muito. Nesse campo, o Onix hatch está na média do segmento e leva quatro adultos sem quebrar nenhum, ou três crianças, quem sabe, no banco de trás – onde há duas portas USB para recarregar celulares.

Opção de visual esportivo

Em outra oportunidade, passei alguns dias com uma outra versão do Onix hatch, a RS (fotos acima e a seguir). Um pouco mais simples – e menos equipada – que a premier, ela tem como atrativos acessórios e acabamento com “jeitão mais esportivo”.

Detalhes de acabamento e na carroceria – como faróis com máscara negra, capa dos espelhos, coluna e teto pintados de preto, rodas aro 16 também escurecidas, spoilers dianteiro e traseiro, saias laterais, aerofólio e grade dianteira com padrão “colmeia” fazem parte do pacote. Os bancos combinam tecido e material sintético, num padrão também diferenciado do restante da linha e os painéis são todos escuros, enquanto os instrumentos têm moldura em LED vermelho.

Fora o visual, não há nada que diferencie essa versão das demais que têm o mesmo motor turbo de 116cv. Fiquei pensado em como poderia ser interessante se, em lugar desse 1.0, colocassem o 1.2 que equipa as versões mais caras da SUV Tracker e que gera até 132cv e 21 kgfm de torque, só para dar um pouquinho de pimenta esportiva ao carrinho.

Mas a estratégia da Chevrolet não era criar uma opção mais cara do Onix e, quem sabe, ampliar seu público. Enquanto o “top” Premier sai por a partir de R$ 86.370*, o RS é oferecido por R$ 82.290. Ele não traz boa parte dos recursos de conectividade e conforto que mencionei anteriormente, mas tem o básico que faz do modelo o que ele é. E, pelo menos para o meu gosto, vem com esse visual bacaninha, capaz de fazer com que o comportado Onix ganhe um ar um pouco mais invocado. Curti.

(*) preços do site da montadora, em 15.7.2021

Ficha técnica do Onix Premier 2022 (dados da montadora):

Motor: 1.0, turbo, com três cilindros, flex

Potência (cv):116/116 / torque (kgfm):16,8 / 16,3

Consumo (km/l) cidade: 8,3 / 11,9, estrada: 10,7 / 15,1

Câmbio automático de seis velocidades com opção para trocas manuais na alavanca

Tração dianteira

Direção com assistência elétrica

Suspensão dianteira tipo McPherson, traseira por eixo de torção

Freios a disco (dianteira) e a tambor (traseira)

Dimensões (mm):

Comprimento 4.163, largura 1.731 (espelho a espelho, 2.044), altura 1.471, entre eixos 2.551

Capacidades (litros):

Tanque de combustível 44

Porta-malas 303 (até o teto, 413; com a 2ª fileira de bancos rebatida, 1.151)

Fonte: Blog Rebimboca

Henrique Koifman

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

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