Falamos ontem na tevê sobre a crise de oxigênio em Rondônia. Teme-se um desastre como aquele de Manaus. Ainda sem ter todos os dados, fiz algumas sugestões para evitar a catástrofe, basicamente a ajuda das Forças Armadas colocando em Porto Velho o oxigênio necessário para resolver, momentaneamente, o problema, sem aquelas mortes em série.
Aproveitando que hoje é sábado, entrei em contato com algumas pessoas de Rondônia para formular um pouco melhor uma sugestão de saída.
Falei com um jornalista da Folha do Sul e estou buscando um contato com o prefeito de Vilhena.
Esta cidade de Rondônia é que, de certa maneira, deu o alarme. Tem mais de 100 mil habitantes mas está com seu hospital cheio. Num dia apenas, morreram seis pacientes com covid-19.
Rondônia não produz oxigênio. Foi a empresa distribuidora local que lançou uma nota dizendo que conseguiria fornecer apenas nos próximos 15 dias pois seu estoque estava acabando.
A empresa funciona numa outra cidade, chamada Cacoal. É a Cacoal Gases que diz que sua matéria prima é importada do Mato Grosso do Sul.
Na noite de ontem, pensei numa operação de emergência via Belém. Ali a White Martins produz oxigênio e possivelmente poderia fornecê-lo. A vantagem é que Belém é mais próxima .
No entanto, considerando a margem de 15 dias, talvez fosse possível uma operação de emergência junto aos próprios fornecedores do Mato Grosso do Sul.
Não entendi ainda por que a empresa não fez isto. O consumo é de 150 mil m3 nos hospitais públicos . Mesmo se conseguirem oxigênio em Rondônia a situação não se resolve. Há 137 pessoas esperando uma vaga em UTI.
Importante registrar essa situação alarmante num estado do norte porque, de um modo geral, são muito esquecidos. Vou continuar fazendo contatos não só em Vilhena mas também na capital Porto Velho.
O objetivo tem de ser muito claro: Manaus nunca mais. O que aconteceu lá poderia ter sido evitado e não o foi por incompetência do governo.
No restante do país, continuamos a ver a progressão da pandemia, com reações pontuais: Curitiba vai fechar e talvez todo o estado do Ceará tenha uma parada. O problema no Brasil não é apenas convencer as pessoas num período de restrições. É também saber levantar as restrições para que não haja o clima de liberou geral. Isto só seria possível depois de vacinar 70 por cento da população brasileira. Não tenho esperanças de que aconteça esse ano, Estamos perdendo muito tempo e, consequentemente, muitas vidas.
Fonte: Blog do Gabeira