29 de abril de 2024
Carlos Eduardo Leão Colunistas

Não estamos ao “Deus-dará”!

Nem Fellini, em suas mais loucas elocubrações, descreveria o Brasil de hoje.

O último a me ligar foi Júlio Pinheiro, meu amigo, meu afilhado, meu médico. Perdi as contas de quantos amigos da alma, amigos leitores, leitores nem tão amigos, simplesmente leitores que, por WhatsApp ou ligações, reclamam da ausência dessas mal traçadas linhas domingueiras. E a pergunta é uma só: Cadê você? Tá vivo? O que aconteceu?

To aqui, no mesmo lugar de sempre, continuo sendo médico, um incorrigível apaixonado pela Medicina, pela Cirurgia Plástica, pela família, pelos amigos, por Batô e Vic e pelo meu país.

Sim, estou vivo. E feliz por saber que tantos e mais alguns me gostam, outros nem me gostam obrigatoriamente mas apenas do que escrevo a ponto dessas cobranças que tanto me aprazem. Acho até que os que não me gostam e nem do que escrevo estão nesse adorável “barco de cobrança” pois sentem falta da oportunidade semanal para suas críticas impiedosas, tantas vezes mal educadas, ferinas e agressivas que fazem parte da vida do cronista.

“O que aconteceu” é que o cronista vive do insight, do impulso, da inspiração que os momentos e fatos, bons ou maus, lhe trazem a ponto de levar-lhe, à pena, à Bic ou ao teclado. Inspiração, portanto, é um processo metafísico que faz com que algo nasça no coração, na alma, no pensamento. A minha grande sorte é que sou literalmente um amador. Escrevo por hobby, sem nenhuma pretensão literária e sem qualquer obrigação profissional.

Nada, absolutamente nada, inspirou-me nestes primeiros 29 dias de janeiro. Tudo, absolutamente tudo, não merece ser comentado. As palavras eternizam fatos e não será por mim que o sucedido neste período será lembrado.

O Brasil continua belo. É forte, é impávido, tem campos risonhos, lindos e com mais flores. Uma verdadeira mãe gentil sempre na esperança daquela tão decantada clava forte da justiça e daqueles filhos que, teoricamente, não fogem à luta nem temem, quem sabe a morte, angústia de quem vive, principalmente nesse triste momento da nação.

Muito embora sem riso e sem alegria há muito mais de mil palhaços no salão da pátria, todos de máscara negra escondendo o desaponto, a incredulidade e aquela sensação de solidão, fim de quem ama, querendo dizer do amor pelo Brasil que, mesmo sendo chama, continua imortal, portanto, infinito enquanto durarmos.

Vamos Brasil! Quem sabe todos juntos vamos? De repente pode ser aquela corrente pra frente, de mãos dadas, ligados na mesma emoção, todos num só coração como naqueles dias gloriosos de 1970.

As vezes me pergunto, Meu Deus, por quê? Nem Deus sabe o motivo, mas Deus é bom pra mim e é pra frente que se anda!

Muito obrigado amigo, por ter me ouvido nesse “pot-pourri” poético do cancioneiro brasileiro. Sua amizade basta. E mais! O apreço não tem preço e o Brasil está vivo, jamais ao deus-dará.

Carlos Eduardo Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

1 Comentário

  • Rute+Abreu+de+Oliveira+Silveira 10 de fevereiro de 2023

    Carlos Eduardo, eu senti falta dos seus escritos, mas agora, posto que nos contou o motivo, eu o entendo.
    Nada a comentar desse desgoverno que nos enfiaram goela abaixo.
    Mas tenho certeza que você nos brindará com novos belos textos, e eles são muito esperados, pode crer.
    Rute Silveira

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