16 de maio de 2024
Carlos Eduardo Leão Colunistas

Desesperar jamais

É tanto desacerto, tanto descompasso, tanto desencontro, tanta absurdez que o surreal atende agora por Brasil.

Uma dengue de antevéspera, cirurgia suspensa, e lá vou eu caminhar antes das seis horas de uma manhã que prometia um dia radiante. Fones de ouvido, uma seleção musical cuidadosamente preparada no Spotfy e eu totalmente absorto, alheio aos problemas cotidianos, numa introspecção ao mundo mágico da música, das belas canções, suas letras poéticas normalmente saídas de um coração apaixonado ou compassado com a realidade mundana.

Dessa experiência inesperada sobreveio então uma forte inspiração alicerçada nos mais puros anseios de esperança num Brasil novamente pleno. E a força de três canções ouvidas naquela manhã soaram-me como uma bela oração nesse “novo tempo que, apesar dos castigos, apesar dos perigos, da força mais bruta, da noite que assusta, mantém-nos na luta”.

E continuaremos na luta não apenas para nos socorrer de toda fadiga, de toda injustiça, de todo perigo mas para sobreviver e brigar sempre pra que nossa esperança por dias melhores, livres e mais iluminados em pensamento seja mais forte que qualquer vingança. Que ela, a esperança, seja apenas um caminho para deixarmos de herança à nossa descendência, razão maior de nossa existência.

Nunca esqueçamos que apesar dos perigos, dos pecados, dos enganos desse novo tempo que ora vivemos, nós estamos mais vivos, mais crescidos e mais atentos pra nos socorrer e, certamente, estaremos em cena, estaremos nas ruas quebrando as algemas, cantando na praça e fazendo pirraça pra sobreviver ao perigo da servidão que teima nos querer.

Nunca! Nem que o mundo caia sobre nós, nem se Deus mandar, nem mesmo assim, desistiremos desse Brasil forte, belo e impávido. Mesmo que momentaneamente percamos a ilusão, jamais sepultaremos nossos corações apaixonados. São eles que nos mantém vivos e por essa máxima razão estamos marcados pra sobreviver, pra sobreviver e pra sobreviver.

Vivemos hoje da saudade de um tempo límpido, transparente e próspero. Pois bem, saudade! Diga a esse tempo como foi sincera nossa gratidão. Não se esqueça também de dizer que é você que nos fortalece em esperança, nos renova na fé, nos alimenta na confiança e nos enriquece no patriotismo. Diga ademais que é você que nos faz adormecer em paz pois estamos certos de que a obra de Deus é completa.

Portanto, nada de correr da raia, nada de morrer na praia. Afinal de contas, não tem cabimento entregarmos esse jogo, sem VAR, ainda no primeiro tempo. Num rápido balanço de perdas e danos, já tivemos muitos desenganos e muito o que chorar. Acho, enfim, que chegou a hora de fazer valer aquele velho dito popular: Desesperar, jamais!

Cutucou por baixo, o de cima cai. Cutucou com jeito, não levanta mais.

Carlos Eduardo Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

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