29 de março de 2024
Marco Angeli

Mais inteligência


A revista, que já vinha capengando sob a direção de André Petry, socialista demitido no início do ano, piorou consideravelmente com Mauricio Lima como diretor de Redação.
Petry foi demitido por Fábio Carvalho, novo dono da Editora Abril a partir de maio de 2019, quando assumiu a empresa em recuperação judicial.
Carvalho, amigo do banqueiro André Esteves, dono do Banco Pactual, o maior credor da Editora, colocou Mauricio Lima como diretor do semanário.
Carvalho, empresário conhecido, ao que parece tem um objetivo claro: vender notícia como se fosse refrigerante ou banana e assim transformar a falida editora -e seu investimento- em algo rentável.
O que, evidentemente, é algo diferente de fazer jornalismo.
Quem faz jornalismo de verdade são profissionais de respeito como José Roberto Guzzo.
Um mestre, dono de um estilo peculiar e crítico, Guzzo inexplicavelmente continuava na revista, uma pérola no mar de mediocridade e informações enviesadas em que se transformou o panfleto.
Isso durou até terça passada, quando Guzzo foi finalmente demitido, depois de trabalhar nela desde 1968.
O motivo: sua última matéria, onde critica o STF certeiramente.
Guzzo, jornalista brilhante, destoava nitidamente em qualidade e seriedade do resto da revista, uma colagem mal feita de textos e matérias pró esquerda.
Assim, sua saída não é inesperada.
Guzzo, como se dizia em tempos antigos, atirava pérolas aos porcos.
Houve época, lembro bem, em que eu ainda comprava a veja apenas para ler a coluna de Diogo Mainardi.
E mais nada.
Assim como hoje leitores compravam o panfleto graças a Guzzo.
A reação está aí, nas redes, muita gente cancelando assinatura após a notícia de sua demissão.
De Guzzo, ao se despedir da Veja:
“Ouvimos, desde crianças, que não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe.
Espero que esta coluna tenha sido um bem que não durou, e não um mal que enfim acabou.
Muito obrigado”
Certamente, não há o que lamentar.
Guzzo é um dos jornalistas mais respeitados do país e não lhe faltará espaço.
A revista, no caminho inverso, vai de mal a pior, chafurdando no jornalismo barato e perdendo leitores que realmente fazem a diferença.
Fonte: https://www.marcoangeli.com.br/

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