3 de novembro de 2025
Alexandre Garcia

Quem vai conseguir limpar a imagem da Câmara dos Deputados?

Presidente da Câmara, Hugo Motta (Foto: Douglas Gomes / CD Presidência)

Ficou sabendo que o presidente da Câmara dos Deputados está contratando a Fundação Getulio Vargas para limpar a imagem da Câmara? E nós, contribuintes, pagadores de impostos, vamos pagar quase cinco milhões de reais por isso. Gente, era tão fácil ter uma boa imagem na Câmara – bastaria o Hugo Motta ser verdadeiro. No dia em que ele brandiu a Constituição, imitando o gesto do doutor Ulisses, em 5 de outubro de 1988, todo mundo acreditou que Mota iria cumprir a Constituição que jurou cumprir. E defendê-la também, porque, afinal, ele como deputado faz parte – ele é o presidente de uma Câmara que fiscaliza o governo.

O governo significa Executivo, Legislativo e Judiciário. E se algum ponto do governo não está cumprindo a Constituição, cabe à Câmara e ao Senado denunciar. Mas tem todas essas lambanças acontecendo. Por exemplo: faz mais de um mês que se aprovou urgência para o projeto de anistia – e não tem sequer projeto fechado.

Teve um projeto muito interessante – mas depois eu vou falar para vocês desse projeto, eu quero ler bem para verificar se é plausível. Voltando ao assunto, a Fundação Getulio Vargas diz que a proposta é para “mapear os gargalos”. Bom, tem lá na Câmara um gargalo de um uísque Chivas, aquele que saiu na foto do presidente da Câmara tomando no gargalo. E também para fazer oficinas. Não sei se é para consertar os carros da Câmara. Meu Deus. Pelo menos a gente acha graça de certas coisas.

Barroso desertou

Outra questão: Barroso saiu do STF. E vejam só a chave de ouro com que ele encerrou os 12 anos de Supremo – votando a favor do aborto. O artigo 5º da Constituição, que é cláusula pétrea, começa com o direito à vida. Segundo o artigo do Código Civil, são garantidos os direitos do nascituro desde a concepção.

Então, Barroso saiu do STF coerente – ele sempre foi a favor desse progressismo que quer afundar os valores da maioria da sociedade brasileira, e sempre fingindo que a Constituição não existe, que a lei não existe. Saiu triste, saiu cabisbaixo. Não foi uma saída – eu tenho chamado de deserção, porque Barroso saiu de repente.

Não existe acordo com o Hamas

E eu falei pra vocês um dia antes do acordo de paz na Faixa de Gaza e no dia do acordo, depois do acordo, que eu não acreditava que esse acordo daria certo, porque participa dele o Hamas. Se tiver o Hamas num acordo, não dá para participar. Pois bem: ontem o Hamas matou dois soldados israelenses e feriu três – e Israel reagiu. E antes disso, o Hamas reuniu palestinos de outras facções, colocou-os de joelhos na praça pública e os executou.

Quem defende o Hamas defende isso – esses radicais que matam seu próprio povo para impor a ordem, para serem obedecidos. Eles sempre fizeram isso. O acordo de paz mesmo foi feito com a Organização para a Libertação da Palestina, de Yasser Arafat – e com isso criou-se a Autoridade Palestina, que tem inclusive um embaixador no Brasil. Mas, quando surgiu o Hamas, ele impôs uma ditadura – e apoiada por quem? Pelo Irã. O Irã põe enclaves lá em Israel.

Mais um crime chocante

Para encerrar, eu queria falar de um crime em Brasília que chocou a cidade. Foi em pleno Plano Piloto, na 112, um crime que matou um jovem aluno do Colégio Militar, o Isaac Vilhena, de 16 anos. Ele estava jogando bola com seus amigos no bloco e veio uma turma de seis ou sete adolescentes roubando celulares. O Isaac correu atrás de um para pegar o celular dele de volta e recebeu uma facada no peito.

Vocês já imaginaram a mãe e o irmão do Isaac descendo do apartamento para ver o filho morto numa poça de sangue? O pai dele é médico do Exército Brasileiro. Chocante. Num país sério – num país sério –, menor que pratica crime de adulto é tratado como adulto, é julgado como adulto. O crime que ele praticou é um crime de adulto. Aqui no Brasil fizeram essas leis boazinhas que não deram certo. Foi com faca. Não sei se vão fazer campanha contra a faca, alguma coisa assim. Eu tenho dito que a arma na mão é secundária – o que mata é o cérebro, não é?

Fonte: Gazeta do Povo

Alexandre Garcia

Jornalista, apresentador e colunista de política.

Jornalista, apresentador e colunista de política.

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