26 de abril de 2024
Adriano de Aquino Colunistas

Só piora

Hoje, a central de dramaturgia da grande imprensa deu a dica de que o enredo da novela eleitoral será ultra sentimentalista.

Pela propaganda travestida de notícia se pode prever um enredo ficcional piegas que mostrará o candidato apoiado pelo conglomerado da grande imprensa, como um herói ‘pop star’ da política.

A central de dramalhão da FSP exibe hoje o thriller: “Carro de Lula escapa de cerco de bolsonaristas em Campinas”.

Uau! Imagino o carro do herói sendo perseguido pelas ruas de Campinas, fazendo manobras arriscadas, derrotando os fascistas e depois comemorando com a gata, tipo James Bond.

Como empresa apagou o currículo do personagem principal e deletou toda memória da Lava Jato, Lula candidato está com a folha limpa. Novinho, pronto pra salvar o país e casar.

A facção editorial usou também seu instituto de pesquisa para desvendar (aqui se aplica; inventar) que toda e qualquer pessoa que “use camisa da seleção brasileira”, faça criticas ao STF, ao senado, a classe política, a censura das empresas de comunicação e nas redes sociais e antagonize Lula, o galã da novela eleitoral do conglomerado da grande imprensa, é identificado como “bolsonarista” nato, quando não fascista e de extrema direita.

Ou seja, o enredo eleitoral apresentado pelo conglomerado da grande imprensa é taxativo.

Qualquer pessoa que seja antagônica a candidatura de um elemento investigado, julgado e condenado em três instâncias por gestão temerária e corrupção deslavada, será rotulado de ‘bolsonarista’ (mesmo que não seja) e, pior, mais grave ainda, será apontado como um agente do ódio e uma ameaça à democracia.

O reducionismo pejorativo (degradação de reputação e biografias) é uma velha tática das lideranças autoritárias no treinamento e programação mental da militância descerebrada.

Bem, tornar Lula elegível foi um roteiro criado no STF.

A fase seguinte, que inspira os roteiristas do conglomerado da grande imprensa, é tornar Lula um ícone da ética e da lisura e um emblema vivo da democracia.

Fingindo agir para travar a polarização e diluir a campanha de ódio, abre-se um fosso onde se lançará qualquer cidadão que o critique e se oponha com firmeza a essa farsa.

Cancelamentos e prisões arbitrárias objetivam de fato assegurar o ‘status quo’ silenciando opiniões divergentes através da ameaça extensiva a qualquer opositor, que prejudique o funcionamento do ‘mecanismo’, ser judicialmente sufocado, definitivamente.

O reducionismo totalitário em curso é uma trincheira contra a crítica ao ‘estado de coisas’ que envolve poderes da república e o ‘quarto’ poder…a imprensa.

Nesse contexto, entrou em vigor um clássico do autoritarismo: todos que criticam as manipulações jurídicas e se opõe a tal violência, não importa os fundamentos, são rotulados “bolsonaristas. Nazi fascistas e de extrema direita”.

Piorou? Pode piorar mais ainda!

Só pra lembrar. Tempos atrás presenciei uma tropa petista ameaçando a segurança física do então governador Mário Covas. Por pouco Covas não foi linchado pela turba.

Contudo, ao contrário do candidato inocentado pelo… e apoiado pela…, na ocasião e nem depois disso, Covas exibiu publicamente uma segurança ostensiva fortemente armada, como a do Lula hoje.

Quiz sobre a foto:

1- Seguranças do Hamas?

2- Usuários acompanhando o líder a caminho do Clube do Livro e da Leitura?

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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