Boa surpresa!
A história desse filme é diametralmente oposta a dos famosos filmes do diretor sobre relacionamentos amorosos complicados, neuroses, crises conjugais em sets fechados de confortáveis apartamentos e casas elegantes, com personagens angustiados pela solidão e focados nos seus dramas interiores, tendo papos cabeça com a morte, todavia distantes dos grandes acontecimentos sociais, dos conflitos políticos, guerras e miséria ao redor.
Nada disso!
O filme é um cruel roteiro sobre a natureza humana e a impotência do indivíduo lançado repentinamente no meio de uma tragédia social em larga escala.
Não me surpreende que o cineasta da alma e dos complexos problemas da existência individual tenha sido fortemente mobilizado pelas ameaças de extinção da espécie humana. Na ocasião em que realizou o filme pairava sobre o mundo a ameaça da Guerra Fria e o fim da humanidade.
O casal de músicos que escolheu viver na roça mas não esperava que a realidade batesse a sua porta com tamanha violência e crueldade.
O cineasta escalou Max Von Sydow para ser o marido da lindona.
A linda Ullmann, é a virtude em carne e osso.
Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial “Em Busca da Essência” Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.