27 de abril de 2024
Adriano de Aquino Colunistas

O Facebook

Há algum tempo, mais precisamente desde o inicio dos ‘monitoramentos’ das redes sociais por instituições judiciais e por empresas privadas de ‘checagem de fatos'(sic), com a aquiescência da Meta, dona desse site de relacionamentos, navegar no Facebook tem sido uma experiência frustrante.

Sou usuário desse meio desde 2007. Durante todo esse tempo vi algumas calamidades acontecerem de forma recorrente.

Durante a primeira década, a liberdade de opinião, seja sobre temas tabu, seja sobre política, tendências estéticas, arte, moda, entretenimento gastronomia etc…, fluíam livremente no feed.

Com o advento da ‘liga dos defensores da democracia’, vi aparecer, tomar corpo e se instalar uma falange autoritária, difundido nesse site o modo ‘liberdade vigiada’ (um substituto virtual da velha e burocrática Censura).

Qualquer post que agregue algoritmos monitorados são compulsoriamente etiquetados com um rótulo do T5E, quando se trata de tema eleitoral ou por outros órgãos da justiça, quando termos banais como ‘corrupção/condenado’ aplicado a uma determinada criatura pública, se tornam itens restritos ou implacavelmente ‘ocultos’ por determinação de um onipresente ‘checador de fatos’.

Nesse ritmo, em breve, serão excluídos do dicionário da ‘novilingua’.

Em vista disso e, por prever controle ainda maior sobre esse meio de comunicação interpessoal, informo aos amigos e seguidores (quase uma dezena de milhar, com os quais tive prazer e alegria de compartilhar, trocar ideias, curtir e algumas vezes discordar.

Sigo acreditando que a grande virada para a livre expressão do pensamento, hoje em vias de extinção nos meios tradicionais de comunicação, seria reinventada, estendida e garantida pelos meios eletrônicos da cultura digital.

Paulatinamente, como alguns amigos já perceberam, venho reduzindo minha participação textual nessas paginas virtuais…’monitoradas’.

Seguirei navegando nesse site, visitando as TLs que sigo e que compartilham ideias promissoras e críticas abalizadas sobre o momento político nacional e as reviravoltas que se espalham mundo afora.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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