Tempos atrás, quando a ética, a razão e o respeito ao clamor popular e à condução correta da coisa pública eram valores políticos, protegidos pelas instituições de governo e importantes indicadores para redirecionamento das políticas públicas, um lide como esse era considerado uma peça humorística.
Hoje, diante da normatização dos abusos de poder, do arbítrio institucional e da imposição de um ideário que insiste em moldar a realidade dos fatos aos seus ditames autoritários, um governo entrar em greve e protestar contra a realidade que o desagrada, por mais insano que pareça, revela a verdadeira face do velho, cruel e desumano autoritarismo, em nova fase.
Governo entrar em greve, protestar contra a realidade dos fatos e se manifestar como baluarte da democracia, não é piada.
Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial “Em Busca da Essência” Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.
