30 de abril de 2024
Claudio Tonelli Colunistas

As pegadinhas do Barrosão

Quem não entendeu que a moça que questiona o ministro Barroso, num evento na Universidade de Oxford, Inglaterra, realizado no último sábado, 25/06/22, foi nomeada a dedo para fazer aquele comentário contestando as falas do Ministro sobre o voto auditável, não entende de engenharia social. Pior é o povo caindo no imbroglio que nem patinho.

A PEC-135, da Bia Kicis, foi alterada com novo texto proposto pelo deputado Major Vitor Hugo, onde retira-se o termo “auditável” para virar “contagem manual voto-a-voto”, na própria seção eleitoral. Ocasião que forçou Barroso a dirigir-se ao Congresso Nacional e intimar dirigentes de 11 partidos a desaprovarem o texto. Para piorar a situação, na saída da reunião o Ministro soltou a pérola: “eleição não se ganha, se toma!”.

Entenda que o ato de votar é secreto, mas a contagem dos votos deve ser pública, conforme reza o Art. 37 da CF-88, onde diz que todo ato administrativo necessita de publicidade própria, e a contagem de cada voto é um ato administrativo. As urnas eletrônicas retiraram esse direito do cidadão por anos. Aí tentaram dar uma dourada na pílula, criando o termo “auditável”, onde incorreriam no mesmo erro do passado de não devolver o direito do escrutínio ao cidadão, e aceitando um papel cuspido de máquina (BU) como resultado.

Sim, eu estive lá na comissão da PEC-135, inclusive visitando deputados para mostrar o erro crasso que estavam cometendo. Ao passar o tal voto “auditável” como queriam, o TSE faria sua implementação gradual, alegando falta de recursos, e o que é pior, sortearia um percentual mínimo para conferência do voto impresso, tal qual aconteceu na Venezuela, aonde os juízes eleitorais já sabiam de antemão quais seriam “auditadas”, evitando qualquer tipo de manipulação nas tais urnas já selecionadas.

Estudo fraude eleitoral nas urnas eletrônicas brasileiras desde 2000, faço parte da equipe da Operação Antifraude (Brasil Paralelo), estudo a Lei de Benford (NBL) há 8 anos, e afirmo, categoricamente, que se não mudarmos toda a sistemática eleitoral, devolvendo ao povo o direito de entender e monitorar passo a passo o processo eleitoral, seremos sempre vítimas do “sistema”.

Espero que tenha percebido o quanto a tal palavra “auditável” quase ferrou o país de vez.

Claudio Tonelli

Administrador e Consultor de Empresas, ativista político e estudioso de fraude eleitoral.

Administrador e Consultor de Empresas, ativista político e estudioso de fraude eleitoral.

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