Impossível ignorar o marco: dois milhões de casos de coronavírus no Brasil. O primeiro milhão levou 114 dias para ser alcançado; o segundo milhão veio em apenas 28 dias.
O número de mortos passou de 76 mil e as previsões para daqui a um mês não são animadoras.
A OMS disse que o Brasil tem uma boa oportunidade de reduzir o impacto da pandemia pois, em alguns lugares, a tendência de casos é decrescente.
Os Estados Unidos também tinham. Em alguns lugares do país, a situação se complicou, como é o caso da Flórida.
Mais do que nunca era preciso uma coordenação nacional, uma tentativa de reagir em conjunto. Bolsonaro nega a importância do coronavírus e, ironicamente, está fora de circulação por causa do coronavírus.
Aqui no Rio foi retomada a atividade recreativa nos condomínios, com novas regras. Piscinas recreativas não funcionarão. Funcionam apenas aquelas usadas exclusivamente para natação. Assim mesmo, onde há raias, a orientação é de um nadador por raia.
Ontem falei um pouco da política externa que vai precisar se renovar com a possibilidade de vitória de Biden contra Trump.
Sou favorável à aproximação com os Estados Unidos, mantida a linha de nossa visão independente porque temos interesses próprios.
Bolsonaro resolveu fazer um alinhamento acrítico e mais ainda comprometer-se com um presidente sem considerar a dinâmica política americana.
Na verdade, Trump, apesar de tantas declarações de amor, não significou mudanças de qualidade na relação americana com o Brasil.
Sempre que pode, usa o exemplo brasileiro de fracasso no combate ao coronavírus como algo que se deve evitar. Como se não fosse o inspirador de Bolsonaro.
Esta semana, o comandante das forças americanas, Craig Faller, disse que o brigadeiro brasileiro Davi Alcoforado era pago pelo Brasil para trabalhar para ele. É uma concepção arrogante e injusta de cooperação internacional.
Dificilmente isso aconteceria no passado, mesmo no período do governo militar.
Vamos ver se Bolsonaro aprende com a derrota de Trump e estabelece relações dignas com os EUA. Isso se Bolsonaro sobreviver à saída de Trump.
Fonte: Blog do Gabeira