23 de abril de 2024
Walter Navarro

Venha, pernilongo com P de fdP!


“Marcos me perguntou que braço eu usava mais…
Please, não me façam responder como e por que uso mais o braço direito, OK? Há crianças e senhoras na sala….”
Please,não confundam pernilongo com pênis longo, OK?
Escuto vozes – principalmente e toda vez que atendo o telefone – e vejo sinais.
Sinais de que o fim do mundo está acabando e claro, a começar pelo Brasil.
Gente morrendo de febre amarela – a novidade/moda deste verão -aumentando o coro dos mosquitos contentes que já nos brindam com dengue, zica e chikungunha!
Há meses ando cismado com a Colômbia. Cismado não, tô afim de conhecer o lado caribenho daquele belo país, nosso vizinho ao Norte. Bogotá, Cartagena…
Pausa pra dizer que mal conheço o Brasil e nada da América do Sul. Culpa da D. Marisa e do governo. Todo ano era mais negócio ir para Paris do que conhecer, digamos, Aracajú, Teresina, João Pessoa entre outras La Paz com chuva e encruzilhadas do progresso.
Ma$… Não foi de$ta vez.
Os sinais!
Resolvi rever a série “Narcos”, a história do Pablo Escobar.
E no Brasil, gente morrendo às pencas de febre amarela.
Ontem, procurando outro filme na Netflix, dei de cara com “O Libertador”, contando a epopeia de Simón Bolívar. Eu não sabia que ele era venezuelano, coitado!
Para mim, era espanhol. Coitado porque ele deve estar puto da vida, quer dizer, da morte, ao ver o que Hugo Chávez e Maduro fizeram e faz com a Venezuela. E usando o santo nome de Bolívar.
Bolívar era venezuelano, mas combateu a maioria de suas batalhas na Colômbia. O filme começa em Bogotá, aliás…
A mulher de Bolívar, a espanhola, María Teresa Josefa Antonia Joaquina Rodríguez del Toro Alayza, morreu jovem, em Caracas, com oito meses de casada. Morreu de que? Febre amarela! Quando? Em 22 de janeiro de 1803.
E tem gente morrendo depois de tomar a vacina, hoje… Escapa da febre, morre da vacina: Tão Brasil!
Bonito o nome da mulher do Bolívar né? O dele era ainda mais ainda: Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar y Palacios Ponte-Andrade y Blanco.
Parece nome de rum cubano! Ôoooooooooo saudade! Do rum e de Cuba! Do rum cubano, em Havana! No umbigo das cubanas.
E no Brasil gente morrendo de uma doença do Século XIX!
O paulista Oswaldo Cruz erradicou a febre amarela, na então capital do Brasil, Rio de Janeiro, em 1907. No rodízio bem brasileiro, em 1908, teve epidemia de varíola!
Querem mais Brasil, a Disneylândia das doenças, o País Tropical que ainda vive na Idade Média? A lepra é sucesso no país, apesar de estar praticamente erradicada no resto do mundo. Mais leprosa que a gente, acho, só a Índia!
Então vamos lá, “recapitulando henrique cardoso”: Febre amarela fazendo a festa e os velórios Brasil afora e adentro. Colômbia, Pablo Escobar e Simón Bolívar.
Hoje, 19 de janeiro de 2018, acordei às 6h22, me soergui e fui caminhar como Chapeuzinho Vermelho, pela estrada afora.
Vi um posto de saúde, aqui perto da minha casa, em Barbacena. Não titubeei e às 7h, na abertura do posto, lá estava o intrépido Walter, afinal, de graça, até injeção no olho, não é mesmo?
Conheço o enfermeiro, gente boa e competente, Marcos Iran.
Na minha frente, só uma senhora (véia); enquanto em São Paulo, vejo gente na fila 24h antes, fila dobrando esquinas, para tomar 1/5 da vacina.
O enfermeiro Marcos me ofereceu a promoção “tome uma vacina e leve mais duas”. Peguei a de febre amarela, tétano e hepatite B. Não, mesmo o Brasil precisando muito, não existe vacina contra burrice, censura, lulismo, politicamente correto, chatice! Não adianta insistir.
Marcos me perguntou que braço eu usava mais…
Please, não me façam responder como e por que uso mais o braço direito, OK? Há crianças e senhoras na sala….
Assim, tomei uma no braço direito e duas no esquerdo.
Tá doendo um pouquinho, mas agora posso até gritar como Bolívar e Escobar: “Venga, pernilongo, ver o que é bom pra gripe espanhola!”.
PS: Qual será a epidemia do verão de 2019? Peste negra, bubônica, escorbuto, caspa, eu?

Walter Navarro

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

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