Como é difícil se fazer justiça no país quando a pessoa investigada é um político. A decisão da Primeira Turma do Supremo em afastar o senador Aécio Neves, que tem amparo em uma lei aprovada no Parlamento em 2011, está sendo questionada por este próprio Parlamento, que alega usurpação de funções.
Devido a inúmeras provas, uma turma do STF decidiu suspender o mandato do senador Aécio Neves. Agora, o Senado já se articula para derrubar essa decisão, com aquela história de que um poder não pode interferir no outro. Que o STF determine de vez a sua prisão, pois é lá que ele deveria estar, em consequência dos fatos apurados.
O que estamos vendo no Senado, com a punição de Aécio Neves, é uma reação orquestrada para que nenhum senador seja admoestado. Alegam que não cabe ao STF estabelecer penas a um senador. A quem caberia então?
Que Temer e PSDB apoiem Aécio é de se esperar. São aliados há muito tempo. Que parte do STF também o faça evidencia, infelizmente, que na lei toda interpretação é plausível, ignorando a intenção daqueles que proclamaram a Constituição com critérios decentes e coerentes.
Agora, o PT apoiar Aécio permite constatar que ele está trabalhando em causa própria, para tirar a credibilidade do que ainda resta de decente em nossas instituições, no caso, o STF, pregando confusões, em busca de uma vitimização permanente que poderia mantê-los livres das duras penalidades que estão próximas, seja no Judiciário, ou nas urnas, em 2018.
O que falta, neste país, são representantes desvinculados aos compadrios e às corporações que os integram. Vergonha nacional um senador fazer acordo com um delator.
Mais uma vez, assistimos à patota resolvendo suas questões com um bom uísque e goles de Chandon, e sim pizzas de excelente qualidade…
Editorial
A Justiça brasileira x políticos
- Por Valter Bernat
- 29 de setembro de 2017
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