6 de dezembro de 2024
Editorial

As eleições, os eleitores e as pesquisas

Imagem: Arquivo Google – Depositphotos

As eleições têm mostrado ao povo a capacidade de mentir dos candidatos, principalmente aos cargos do Executivo: eles prometem o que não poderão cumprir e, na maioria das vezes, é para enganar mesmo, e não porque não conseguirão a aprovação dos seus projetos. Espero apenas que apareça algum que diga a verdade do que pretende fazer e, se conseguir ser eleito, isso é quase impossível, esclarecer ao povo quem são os contrários a essas medidas.
Aproxima-se outubro, e somos novamente bombardeados pela mídia com mais um espetáculo circense quadrienal. Aproveitadores travestidos de bons moços apresentando solução para todos os problemas do país. Mentiras, encenações e fanfarronices de sempre. Esses enganadores deveriam ser presos por propaganda enganosa. Ninguém tem projeto, porque o país não é prioridade para eles. Mas o bordel tem que ser preservado, para justificar a democracia e uma Constituição que diz que todos são iguais perante a lei. Como ser igual perante o que não existe?
No Rio, por exemplo, um prometeu cuidar das “criança”, levar água potável à Baixada Fluminense e eliminar o esgoto a céu aberto; outro garantiu terminar com a bandidagem, extirpando os focos de sua atuação; mais um disse que vai acabar com as filas de doentes nos corredores dos hospitais; ainda outro afirmou que nossa segurança será completa. Isso é só o começo. Mais balelas vêm por aí. É só esperar pelos milagres que eles pensam barganhar com nossos votos.
Os institutos de pesquisas são consultados como se oráculos fossem. Suas sentenças ganham áurea de infalibilidade, e não lhes peçam que admitam erros, melhor, maiores que 3% para cima ou para baixo. Como deuses, indicam os eleitos para os quais as portas do céu se abrirão. Se assim fosse, poderíamos dispensar os 147 milhões de eleitores das urnas. São vários os candidatos com condições de disputar a Presidência, mas somente depois de abertas as urnas será conhecido o eleito. Para sorte dos oráculos, seus enganos serão esquecidos e daqui a quatro anos serão novamente infalíveis.
Após saber que mais de 30% da população brasileira ainda têm a intenção de votar em Lula, ex-presidente julgado, condenado e preso por atos de corrupção e assalto aos cofres públicos, creio que precisamos não apenas melhorar a nossa classe política, mas a qualidade do nosso povo. Por ignorância, ou conivência, essa parcela da população parece querer levar o Brasil a uma situação política e econômica insustentável.
A pesquisa Ibope demonstra o crescimento de Lula e o distanciamento de Alckmin, atrás de Bolsonaro até em São Paulo, em cenário sem Lula. O tucano, por sua vez, aposta suas fichas na propaganda de rádio e televisão, defendendo políticas favoráveis a banqueiros, esquecendo-se dos milhões de desempregados e que metade da população tem renda menor que o salário mínimo, segundo o IBGE. Um possível segundo turno entre Haddad e Bolsonaro decretará a falência de um PSDB sem rumo que, provavelmente, se curvará ao PT em aliança até então inesperada.

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

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Advogado, analista de TI e editor do site.

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