Bolsonaro passará à história como o presidente eleito que mais atentou contra a democracia
Descarte-se, porque seria fazer o jogo dele e dos golpistas que o apoiam, a hipótese de o presidente Jair Bolsonaro ser considerado inelegível pela Justiça, tanto foram os crimes que cometeu, ficando assim impedido de disputar as eleições do ano que vem.
De resto, para isso, ele precisa ser denunciado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, e a Câmara, sob o comando de Arthur Lira (PP-AL), conceder licença. Aras e Lira são aliados de Bolsonaro. Sem denúncia, a licença torna-se dispensável.
Dê-se por certo que daqui a 14 meses, a não ser que ele mesmo desista de concorrer, o nome de Bolsonaro estará nas urnas eletrônicas e caberá ao eleitor assinalá-lo ou não. Caso ele perca, aí, sim, é que as portas do inferno poderão se abrir.
Para quem se preocupa com ela, não basta derrotar Bolsonaro. Ele tem de ser esmagado para que seu apelo à rebelião produza menos estragos. Haverá estragos de qualquer jeito. Na marcha em que vamos, e que só a ele interessa, o dia seguinte será o pior dos dias.
Fonte: Blog do Noblat
Jornalista, atualmente colunista de O Globo e do Estadão.