“Quando ouço alguém falar em cultura, saco o meu revólver.” (Hanns Jost, teatrólogo alemão, em peça antinazista de 1933)
Direto ao ponto: embora parte da imprensa não reconheça por medo, cumplicidade ou em troca de favores milionários, o presidente Jair Bolsonaro é hoje seu maior inimigo. Quer dizer: o maior inimigo da liberdade de imprensa no Brasil.
No fim de outubro, em Roma, para o encontro dos chefes de Estado das 20 maiores economias, agentes de segurança de Bolsonaro agrediram jornalistas, e ele disse depois nada ter a ver com isso. Pior: negou ter presenciado o que aconteceu à sua frente.
Desta vez não tem como negar porque há filmes. Uma equipe da TV Bahia, afiliada da TV Globo, foi agredida, ontem, por seguranças e apoiadores de Bolsonaro durante a visita que ele fez às cidades atingidas pelos temporais no extremo sul da Bahia.
A repórter Camila Marinho foi agarrada pelo pescoço por um segurança, como num golpe de “mata-leão”. Outro tentou impedir que os jornalistas apontassem os microfones em direção a Bolsonaro. Ao ser tocado pelos microfones, o segurança ameaçou:
— Se bater de novo, vou enfiar a mão na tua cara. Não bata em mim.
Fonte: Blog do Noblat
Jornalista, atualmente colunista de O Globo e do Estadão.