28 de março de 2024
Priscila Chapaval

Tem dias e épocas que são assim mesmo


Essa semana prometia ser conturbada com tanta coisa sendo votada em Brasília e com tantas delações premiadas da Lava-Jato e eu, cada dia mais “bege”, ao ver a quantidade de dinheiro desviado e a Saúde Pública falida. Milhões de desempregados. Lojas fechando. SP está sendo vendida. Acho isso demais para a minha consciência humana.
Hoje cedo fui ao Banco. Pegar o novo cartão de crédito uma vez que o anterior foi clonado por um desses bostinhas que ficam com o  aparelhinho do crédito  nos  postos de gasolina e  que roubam e clonam nossos cartões.  A bandeira bloqueou minhas compras  e tive que ir à agência buscar o novo. Programão em véspera de greve, parece que todos saíram às ruas…
Chovia muito e fui de carro num transito caótico. De repente vejo, na contramão, um caminhão dos Bombeiros vindo e apitando na minha direção.  Eu só tive tempo de abaixar a cabeça, pois jurava que ele iria passar em cima do meu carro. Meu coração veio parar na boca.
Entrei no banco branca e tremendo, pois ali do lado, na outra esquina havia tido uma explosão de gás num estabelecimento comercial. Ufa! A vida é isso mesmo. De repente tudo acontece.
Saio do banco com sinalização por parte dos funcionários que amanha terá greve.  Ou seja, agências fechadas. Volto para pegar mais din din no caixa eletrônico. Parece que vai haver um tsunami, hora de armazenar comida e ter dinheiro vivo?
Me lembro que ainda não comi nada. Vi um pipoqueiro e comprei um saco de pipocas que eu adoro.  Só que numa dessas mordidas quebro um dente. Ligo imediatamente para a dentista que hoje não veio trabalhar. Que saco! Vou ficar sem o pedaço do dente até terça-feira.
Pego o carro e desço uma avenida congestionada e me deparo com um bando de adolescentes na maior algazarra e amarrando um deles no chão. Riam e falavam alto. Paro o carro, abro a janela  e começo a dar a maior bronca e pedindo para pararem com o bullying no rapaz. Ele tiram onda com a minha cara e dizem estar comemorando o aniversário do amigo. Si… muy amigo.  Saio do carro e grito com eles –“São vocês a nova geração que irá acompanhar o nosso país para sair do buraco? Seus merdinhas!!! Aposto que são a favor da greve seus babacas!“.
Começa a juntar gente e ficam do meu lado. Sai a diretora da escola e coloca todos para dentro da escola. Virou um salseiro que eu iniciei contra essa juventude sem noção. E olha que a escola é boa e paga.
Graças a Deus que estudei em escolas públicas e particulares. Tenho a clareza do que uma e outra significaram para minha formação.  Ainda me lembro do Grupo Escolar Guimarães Jr em Ribeirão Preto, onde moramos por 3 anos e onde estudei no primário. Adorava menos no dia que tínhamos que tomar lombrigueiro que dava a maior dor de barriga. Isso acontecia uma vez por ano mas eu morava longe da cidade e ia de ônibus para casa na Fazendo Monte Alegre onde vivíamos numa casa linda. Ali funcionava  agora a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto para onde meu pai tinha sido transferido e promovido. Ótimos anos e vida deliciosa na natureza.
Em São Paulo, estudei no Liceu Pasteur. Escola austera, educação severa e foi lá que sofri meu primeiro e único bullying. Eu tinha uns 4 anos e roía unha.  E a “Madame” professora  me fez colocar os dedos num pires de mercúrio cromo e me fez desfilar pela escola toda dizendo que feio que era roer as unhas.  Que humilhação mãos vermelhas e mesmo assim continuei a roer as unhas. Me vinguei da Madame!
No Mackenzie, escolha tradicional,  a melhor aula era  do prof. Brancatto. Uma aula de cultura geral  e superinteressante.  Mas ninguém queria saber de ouvir falar em cultura. Queriam zoar e o prof. Brancatto, delicadamente, nunca mais deu aula. Fazia a chamada e deixava a classe fazer o que quisesse. Eu odiava essa turma.
E para finalizar o dia de hoje o transito deu um nó geral em SP. Desisti de sair com o carro e me irritar no trânsito. Cancelei tudo, voltei para casa, e sentei para escrever no Boletim. Estou assim. Minha paciência nessa fase tumultuada da vida pública e econômica simplesmente acabou.
Fico sonhando em passar um fim de semana aqui mesmo em SP,  mas hospedada num hotel que tenha tudo. Camareiras, spa, piscina de água quente, massagens, tudo de bom. Ficar quieta.
Fiz isso uma vez quando dedetizei a casa. Fui para o Sheraton Hotel na Alameda Santos  recém-construído e foi o máximo.
Além de tudo os hotéis aqui em SP ficam vazios nos finais de semana e os preços caem pela metade. Me recordo que ganhei no check-in uma garrafa de champanhe, o almoço feijoada de sábado e o brunch de domingo.
Quer saber? Vou fazer isso nesse fim de semana onde tudo será confuso. Pegar uma estrada com chuva nem pensar. Praia com frio e chuva idem. Montanhas estou com tédio de tanto que tenho ido. E muito frio…
Quero ler,  dormir e comer. E mordomia!
Essa semana me dei conta do quanto ando estressada. Peguei um táxi e fui ao contador. Fiquei horas lá. Na volta, peguei outro táxi. Cheguei e cadê a chave de casa? Liguei para o contador e nada. Liguei no celular do motorista que me levou e ele confirmou estar com a chave. Só que iria para a periferia de SP e só me traria mais tarde. Chegou às 22 horas. Não me cobrou nada pelo meu esquecimento. Mas ganhou um ovo de Páscoa que dei para ele. Assim deixei de comer e engordar comendo esse ovo de chocolate que tinha ganhado.
Vida que segue. Vou parar de me preocupar com tudo.

Priscila Chapaval

Jornalista... amo publicar colunas sobre meu dia a dia...

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