Um dos dias mais tristes do ano foi semana passada onde eu iria entregar as chaves da minha casa, que vendi para a Construtora começar a demolição e construir mais um prédio.
Foi difícil. Meu sobrinho mandou um funcionário dele me levar ao escritório da Construtora e me proteger, porque lá perto é uma zona de perigo em plena Av. Paulista.
Se não fosse pelo Pedrão me dar assistência de um guarda-costas, acho que choraria em plena calçada, triste demais.
E fui arrumando minha mudança. Como não tinha ainda nenhum lugar para morar decidi morar num flat.
Mais da metade da minha casa foi para doação. O restante que ficou foi uma mesa, abajures, quadros e muitas caixas contendo roupas, papelada para guardar e roupas de inverno numa mala gigante.
Coloquei tudo num Storage bem pertinho do meu flat.
O lugar que aluguei para ficar por enquanto é bom, de uma rede hoteleira francesa – a Mercury – limpeza todos os dias, troca de roupa de cama e banho diariamente também, mas ainda pensava na minha casinha com mais de 100 anos que pertenceu ao meu avô.
De vez em quando vou até o Storage pegar documentos, ou roupa de frio.
É um momento só meu. Abro a porta do espaço alugado e vejo tudo que mais gosto. Meus quadros, minha mesa e meu espelho.
Saio de lá feliz vendo que restou alguma coisa do meu passado.
Volto ao flat meio desanimada, mas quando entro no meu espaço lembro que trouxe um abajur de mesa que fica ao lado do computador onde escrevo poucas vezes.
Começo a gostar daqui. Todos muito gentis comigo e já são quase amigos. São eles que me dão força e carinho para o começo de morar aqui.
Mas tem o GoodStorage que vou quando quero voltar ao passado e vendo o pouco que sobrou.
É o progresso dessas construtoras que fazem tudo igual. Tudo muito sem graça. Falei.
Jornalista… amo publicar colunas sobre meu dia a dia…
