23 de abril de 2024
Colunistas Yvonne Dimanche

É todo dia!!!


Sou meio avessa a determinadas datas e convenções. Para vocês terem uma ideia, eu e maridão nunca nos demos presentes no dia dos namorados. Só fui usar aliança com mais de 30 anos de casada, porque eu pedi para ele comprar. Sei lá, me deu vontade. Foi lindo. Ele colocou no meu dedo e não fizemos juramento nenhum. Ele não usa aliança.
Pois bem, o Dia Internacional da Mulher não me diz nada. Hoje a revistinha do jornal O Globo só contou histórias de mulheres fodaraças. Amei saber do sucesso delas, mas as mulheres da minha vida são outras:
Minha tia, diagnosticada com câncer de mama em 1970 e depois de ouvir que tinha pouco tempo de vida, disse ao médico que não iria morrer, porque tinha quatro filhos menores de idade. Morreu há pouco tempo.
Minha mãe que foi frágil a vida inteira e cuidou da gente feito uma leoa.
Uma favelada (não sei quem é, li no jornal) que criou os seus vários filhos com dignidade e apenas um se tornou bandido.
Quando o rapaz foi perseguido e procurou refúgio na casa da mãe, ela não abriu a porta para ele entrar, porque se abrisse, os traficantes matariam não só ele, como também os irmãos. O rapaz foi morto na porta dela. Que decisão difícil de ser tomada em alguns minutos.
Não estou fazendo pouco das grandes mulheres que fizeram sucesso, ao contrário, quero apenas homenagear aquelas que têm todos os problemas e dificuldades do mundo, mas são guerreiras no dia a dia. É a Maria, a Filomena, a Djanira, a Edileuza e tantas outras.
Mulheres que não precisam de data especial, porque são especiais todos os dias.

O Boletim

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