O mundo enlouqueceu! Para ser mais específico, a mídia surtou, e seu surto atende pelo nome de Donald Trump. Nunca ela esperava que alguém pudesse chegar ao poder e lá continuar a desprezando, chamando-a de “Fake News”, ridicularizando seu viés ideológico, sua postura torcedora. Mas Trump faz exatamente isso, para desespero dos jornalistas da mídia mainstream.
Claro que essa mesma imprensa iria usar a abusar do incidente em Charlottesville, uma oportunidade de ouro para atacar Trump, o “supremacista branco”. A cobertura do episódio é espantosa, e nada parecido ocorre quando vemos um atentado terrorista islâmico – tão comum, infelizmente – ou manifestações violentas da esquerda – mais comuns ainda.
Vejam, por exemplo, que a grande imprensa voltou a desenterrar os Transformers malvados agora que outro terrorista muçulmano – e haja “lobo solitário” nessa alcateia! – cometeu um atentado em Barcelona, matando várias pessoas. As manchetes voltaram a ocultar o sujeito, e a van foi a assassina, enquanto no caso de Charlottesville ficou estampado em tudo que é chamada o “supremacista branco”. Duplo padrão, a gente vê por aqui.
Quanto a esse novo atentado de um membro da “religião da paz”, cheguei a comentar:
Pela primeira vez a esquerda “liberal” democrata deve estar muito irritada com os terroristas islâmicos, mas por motivos diferentes dos nossos. É que justo quando conseguiram emplacar uma narrativa contra os terroristas da “supremacia branca”, vem essa turma e pratica mais um atentado, para desviar a atenção da KKK e voltá-la para a VERDADEIRA AMEAÇA ao Ocidente hoje! Que tremenda sacanagem…
Mas vamos ao tema central aqui: a obsessão da mídia com Trump. Ela é conhecida, evidente, e impossível de ser negada. Mas há casos em que realmente ficamos surpresos. Quando li essa chamada do NYT, por exemplo, estava certo de que tinham encontrado coisas terríveis sobre o presidente republicano, que apontassem para um insidioso racismo: Trump Has Always Had Complicated Personal Relations With Blacks
Que cara terrível! Só relacionamentos complicados com os negros?! Racista! Mas aí vamos ler a reportagem, o corpo da matéria, e encontramos algo completamente diferente!!! Não há nada de racismo ali. Ao contrário: encontramos uma ex-namorada negra (que racista!), que afirma: “I never heard him say a disparaging comment towards any race of people”. Precisa da tecla SAP? Ela nunca escutou Trump fazer qualquer comentário depreciativo sobre qualquer raça! Racista!
Em seguida, vemos Ben Carson, o respeitado cirurgião negro, que disputou com Trump as primárias e depois aderiu à sua campanha, alegando que a controvérsia acerca dos comentários do presidente sobre Charlottesville eram “pequenas disputas” e que tudo foi extrapolado fora de proporção. Ou seja, muito barulho por nada. Concordando com Trump, Carson disse: “Nós temos que começar a pensar mais logicamente e parar de tentar agitar a controvérsia e começar a concentrar-nos nas questões que realmente nos ameaçam e ameaçam nossos filhos”. Racista!
Depois aparece finalmente alguém – umbilicalmente ligado ao Partido Democrata, vejam que coisa – atacando o suposto racismo do presidente. Até o NYT, porém, chamou a manchete divulgada pelo comitê do Partido Democrata de “provocativa”: “Trump’s Very Long History of Racism”. Mas isso não impediu o jornal de usar a manchete igualmente “provocativa” – e falsa! – acima.
A acusação seria de que Trump usou negros para se promover, que ele só pensa em dinheiro. Mas, logo depois, fica claro que tal acusação independe da raça, ou seja, Trump é pintado como alguém frio e oportunista, que não olha a cor, pois só quer mais dinheiro. “Esqueça amigos negros”, disse um ex-aliado, “ele não tem amigo algum”. Ele é um “homem solitário”, completa. Mas, repetindo, nada ligado a raças: Trump não faria distinção em quem “usar”.
Por fim, temos a análise mais relevante da personalidade de Trump, feita por Lynne Patton, que preside o Department of Housing and Urban Development de Nova York e New Jersey, e que é negra: o presidente “não vê a cor do jeito que a pessoa média vê”, disse ela. Ele avalia as pessoas com base em “seus sucessos e suas falhas”. Em outras palavras: ele julga o mérito, não a cor da pele, exatamente como Martin Luther King sonhava. Racista!
Em suma, quem efetivamente se dá ao trabalho de ler a reportagem encontra o oposto daquilo que a chamada transmite. Isso poderia ser apenas péssimo jornalismo, claro. Mas é preciso ser muito ingênuo e não acompanhar política americana de perto para concluir que se trata disso, e não de mais um caso escancarado de… “Fake News”, cujo único intuito é mesmo depreciar Trump.
Esse preconceito é “do bem”, portanto, permitido, mesmo que leve a manipulações e mentiras (ou meias-verdades, pois a turma é experimente: reparem que Trump realmente teve relações complicadas com negros, da mesma forma que teve com todo mundo, sem distinção de cor). Trocando em miúdos: não importam os fatos, racista!
Fonte: Gazeta do Povo
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