Se você já precisou passar por algum procedimento cirúrgico, com certeza deve ter escutado a seguinte recomendação de um dos profissionais da saúde: “Por favor, retire brincos, piercings, anéis e qualquer outro objeto metálico que esteja usando”.
Na correria do dia a dia, muitas vezes não sobra tempo para que o profissional explique qual é a necessidade do paciente deixar seus acessórios do lado de fora do bloco cirúrgico, mesmo que a joia nem esteja perto da área a ser operada.
Para entendermos essa recomendação, fomos atrás de algumas evidências científicas.
Grande parte das cirurgias realizadas atualmente se enquadra na definição de eletrocirurgias, já que utilizam aparelhos popularmente conhecidos como “bisturi elétrico”. Esse instrumento é de suma importância, pois utiliza a eletricidade para fazer as incisões e, ao mesmo tempo, cauterizar os vasos — o que pode reduzir a chance do paciente ter hemorragia. Mas a utilização do aparelho não está totalmente isenta de riscos, sendo a ocorrência de queimaduras um dos mais comuns.
A eletrocirurgia pode ser feita com aparelhos monopolares ou bipolares. No caso da utilização dos monopolares, é necessário que a equipe tenha uma placa dispersiva, que faz com que a corrente elétrica saia do corpo, retornando ao gerador elétrico com segurança.
Em alguns casos, quando o corpo entra em contato com objetos metálicos como alguma parte da maca, agulhas, joias ou piercings, a corrente elétrica produzida pelo bisturi é conduzida através desses objetos, causando queimaduras graves.