4 de maio de 2024
Colunistas Ligia Cruz

Tudo como antes

Passados 50 dias do terceiro mandato do governo Lula, é possível afirmar que até o momento temos visto apenas a versão rancorosa e vingativa do chefe da nação. Que o digam os motociclistas que encorparam as motociatas na campanha de reeleição do ex-presidente e tiveram um aumento de R$12,00 para R$292,00, no DPVAT.

Contra tudo e contra todos ele se rebela porque efetivamente não há uma pauta a seguir. Sobra só a vingança contra aqueles que não souberam reconhecer suas “puras” intenções de salvar o mundo do capitalismo selvagem.

Nunca houve um programa de governo, a não ser o compromisso para com nomes que o acompanham em sua trajetória política desde sempre. Nomes orgânicos do petismo, psolismo e de outras vertentes da esquerda foram alocados em cargos. Nem vamos falar da generosidade ao indicar Dilma Rousseff para o cargo de presidente do banco dos Brics, que certamente vai causar reações nos países do bloco.

Para os nomes encaixados de última hora foram criados novos ministérios. Afinal é preciso pagar os favores a assemelhados, porque essa conta uma hora chega.

Em outras palavras, essa gestão não difere em nada das anteriores. Os mesmos vícios e pecados estão se repetindo, em que pese o grave quadro econômico e social, do pós-pandemia e guerra na Europa.

Nenhum tato, experiência ou mérito para lidar com esses fatos, como vinha fazendo a equipe econômica da gestão anterior. Teremos mais do mesmo, agravado pelas atuais circunstâncias.

O fato é que Lula voltou babando por vingança, está cego de ódio e vai punir todo aquele que estiver em seu caminho.

Nesse tempo, o grupo Stellantis, que abriga multimarcas de carros, anunciou o fechamento de sua fábrica de motores, em Campo Largo no Paraná.

A Danone Águas, que detém a marca Bonafont, não será mais produzida no Brasil.

A Yoki encerrou a produção da fábrica de Cambará, PR, e deve transferir as atividades para Minas Gerais. Em outras palavras, um enxugamento na estrutura.

A Guararapes, dona da Riachuelo, fechou a fábrica no Ceará, para concentrar as atividades em Natal, RN.

O Makro Atacadista vendeu 16 lojas e 11 postos de combustíveis, no estado de São Paulo para o grupo Muffato do Paraná. A rede vai ficar com apenas oito supermercados em algumas cidades de São Paulo.

A Amazon encerra as atividades de 68 livrarias físicas e centros de distribuição, parte de um enxugamento da marca no mundo. No Brasil as demissões já começaram.

O Carrefour também está se reposicionando no mercado, com a saída na marca do Rio Grande do Sul e a transformação de unidades em supermercados Big. Em outras localidades o grupo francês incrementa a marca Atacadão e Sam’s Clube.

O frigorífico Big Boi encerrou suas atividades e a Livraria Cultura decretou falência. E não vai parar por aí. Muitas mexidas devem ocorrer.

Não há credibilidade alguma na equipe econômica. Cerca de R$700 bilhões de investimentos já escoaram pelo ralo das incertezas a bolsa de valores teve uma queda de 34%. Isso é uma resposta do mercado aos rumos que o país está tomando.

Como é preciso gerar faturamento a qualquer preço, até mesmo o povo está pagando sua cota com a retenção dos valores do saque de aniversário do FGTS, o retorno de pagamento de impostos federais e o aumento do ICMS para combustíveis, que incidirá nos preços dos produtos nas gôndolas.

Se isso não bastasse, a população nordestina assiste surpresa ao fechamento da transposição das águas do rio São Francisco e a volta dos carros-pipa.
Quem investiu na energia solar agora será taxado, afinal tem apenas um único deus rá. E o mesmo se dará com aqueles que instalarem pás eólicas.

A educação, que sempre foi uma bandeira da esquerda, também sofreu rebaixamento não só com o corte de R$4 bilhões, mas em conteúdo. A grade escolar deixa de contar com aulas de programação e robótica. Nada de dar anzol ao pescador.

Ao contrário disso, foi criada uma secretaria para censurar a Internet, sabe-se lá com quantos censores. Engessar o livre pensamento e eliminar as críticas contra o governo, como nas repúblicas de esquerda.

Para garantir o cabidão de empregos, Lula se esforça agora para cancelar a privatização da Eletrobras e tudo mais que puder reverter.

O BNDES volta a prover recursos para outros países. O Banco, que atua com dinheiro público, já está comprometido com a ciranda das repúblicas de esquerda, como a anunciada construção de gasoduto na Argentina. Acordo apalavrado no dia seguinte após a posse com do presidente peronista Alberto Fernández. Além do que esperam outros regimes comunistas da América Latina.

Por tudo isso, o balanço de 50 dias deste governo não tem nada de novo para o país. Velhas práticas, roupagem mais sofisticada e ausência total de vergonha com relação ao teto de gastos do governo.

O que resta é a volta da ciranda de desgastes e o achatamento das expectativas de parte dos eleitores do país e daqueles que se arrependerão em breve.

Ligia Maria Cruz

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

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