De verdade, o “povaréu” está mesmo preocupado com quem ocupa as cadeiras do congresso e do senado? Mas quê! Isso é coisa de quem está com tempo a perder com a cada vez mais rara opinião.
Dizer o que se pensa ou sente já é um luxo por aqui. E vaticinar sobre isso é coisa de intelectual de banheiro, que estuda só enquanto dura o sacrifício. Depois disso é cuidar do próprio rabo porque cada um sabe o quanto dói o seu.
A turma uníssona dos coniventes pensa que venceu, desfila com desdém e regurgita sua picuinha partidária. Mas, um dia, vai se levantar desancada, com alguma avaria, porque dizer amém o tempo todo causa inflamação por movimentos repetitivos na boca. E se for a do tipo moral, muito pior; já afetou a alma.
De outro lado, o silêncio dos incautos, que há tempos ignoram as fronteiras, será ensurdecedor. O conhecido “adaptável”, que camba o barco conforme o vento, sem prever as tempestades, será pego pela tormenta.
Esses mesmos que continuam acreditando nessa conversa de “país do futuro”, idealizado pelo judeu austríaco Stefan Zweig, quando chegou por essas bandas fugindo das implacáveis botas do naz3stas, haverão de despertar. Nem mesmo os ares de Petrópolis e a desfaçatez brasileira o salvaram da desesperança. Ele perverteu a obra que o notabilizou e se suicidou, junto com a esposa, seis anos após chegar por aqui, em 1936.
Ou seja, não há nenhum paraíso na terra quando os princípios de respeito, liberdade e paz não acompanham o ser.
Não adianta se fingir de morto, migrar, fugir dos problemas, arrumar um novo amor porque o seu está velho, se nos momentos de silêncio o sujeito está preso aos pensamentos e sentimentos que o visitavam em seu antigo banheiro.
Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.
