27 de abril de 2024
Colunistas Ligia Cruz

O problema é a bandeira?

Imagem: Google Imagens – R7 Entretenimento

Não precisa estar na lei, na Constituição para que qualquer brasileiro entenda que pisar, queimar e sambar na bandeira é um ato repugnante de desrespeito aos direitos civis.

Aliás, princípios e valores não se ensinam. É questão de consciência, educação, de pertencimento a uma ordem constituída. Qualquer cidadão de bem sabe disso e vale em qualquer país. Ninguém gosta de ver seus símbolos pátrios banalizados.

É como saber que se deve limpar os pés e cumprimentar ao entrar na casa de alguém. Agradecer por um favor recebido, um aceno de respeito que se aprende em casa. E não tem nada a ver com ideologia, escolha partidária, simpatias pessoais. São regras de respeito básicas.

O primeiro exemplo de falta deste entendimento foi o da juíza gaúcha, Ana Lúcia Martinez, ao sugerir a proibição do uso da bandeira brasileira nas próximas eleições, por suposta apreensão do símbolo nacional por um dos candidatos à presidência. O segundo foi o da cantora que sambou sobre a nossa bandeira durante um show nos Estados Unidos. Ambos pegaram muito mal.

Péssimo exemplo da artista, que nem brasileira é, embora tenha raízes fincadas aqui. A americana Bebel Gilberto é filha do compositor João Gilberto, um dos ícones da Bossa Nova, e sobrinha de Chico Buarque. Ela é mais uma que vive dentro da bolha da cultura underground, que se coloca como consciência superior nessa nata espessa de artistas alinhados à esquerda.

Ela sambou – e mal – sobre a bandeira brasileira em protesto ao atual “governo antidemocrata, que ameaça a soberania do país”. Um enredo inventado e propagado em manifestações ocorridas no exterior, porque fazer isso aqui não é nada inteligente. O brasileiro não está mais tão manso e alienado como se supõe.

Mas quem é essa cantora fora da atmosfera artística brasileira? Nem um traço de mídia, insignificante. Ela pode pegar carona no lastro do pai ou do tio, mas não vai mobilizar um público expressivo por aqui. Portanto, se for lembrada, será por esse gesto torpe de lacração midiática infeliz.

Jair Bolsonaro foi eleito democraticamente como foram os outros desde a era Collor e durma-se com esse barulho porque a política é cíclica. Agora é a esquerda e sua ala extrema que briga pelo poder. Até que esses formatos se esgotem e o eleitor comece a enxergar além.

Goste-se ou não dos personagens populistas da política nacional, sejam de quaisquer vertentes, há dezenas deles em nossa curta história republicana. E são eles que povoam as narrativas desde a República Velha.

Fora dessa ode personalista há a estatística e o imponderável. A primeira se explica pelos resultados e a segunda por fatos que fogem completamente da lógica convencional. A saber.

Mesmo a terceira via, que se assanhou por aqui, caiu e não teve fôlego para continuar porque engodo só serve mesmo é para peixe. Era mais do mesmo perfil de políticos já conhecidos, com muito verniz e pouco traquejo. Típico de quem vive nessa bolha nefanda que o brasileiro desconhece mas já começou a enxergar.

A grande questão é que a conta da lambança dessa gente toda, que viaja para o exterior para difamar o país, ainda vai chegar. E não é pequena. Uma hora alguém vai se sentar para somar. Arrisco em dizer que custarão muitas escolas, hospitais, estradas, ambulâncias habitações e etcétera.

Ligia Maria Cruz

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

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