9 de maio de 2024
Colunistas Ligia Cruz

Fechou a Saraiva…

Mais uma livraria fecha as portas.

Mas para que se preocupar com a leitura em uma conjuntura que prima pela ignorância, maltrata a gramática e esculacha a norma culta? 

Nesses tempos de militância obtusa, as artérias do Brasil estão expostas, as letras vilipendiadas e as verdades desprotegidas.

Triste o país que crê que o seu futuro não prescinde de informação, só de versão e narrativa. E cada um conta a sua, como se não importassem as suas consequências.

Não, não é engraçado o atropelo do verbo, as concordâncias discordantes e o plural sem “ésses”. Morre-se de tantas formas que só mesmo os livros podem contar e amiúde descrever.

Aonde mais as palavras têm tanto significado do que em um espaço com tantos títulos e diversidade de informações? Mais do que simples lojas, as grandes livrarias eram pontos de encontro entre pessoas curiosas e ávidas pelo saber.

Agora, esse entretenimento de se perder em milhares de páginas com cheiro de papel fica sem mais um sujeito em seu nicho de mercado. Deixará saudades em uma geração que aprendeu a ler folheando livros, manuseando-os, escrevendo neles dedicatórias para alguém.

Quanta tristeza dá. O que pode ainda piorar? São tantas as perdas.

Um dia, tudo isso estará em livros físicos, virtuais ou áudios. Enquanto isso, vale assistir ao filme “A livraria”, cuja trama se passa nos anos 1950, ou “Um lugar chamado Notting Hill”, um romance desses gostosinhos, que muita gente gostaria de rever.

Ligia Maria Cruz

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

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