28 de abril de 2024
Colunistas Ligia Cruz

Escárnio

Muita indignação com essa escalada contínua de bloqueio à liberdade de expressão. Uma aberração para quem tanto brigou pela democracia nos anos 70 e 80, do século passado, e hoje posa de reserva moral em um cenário contaminado por crimes sem castigo.

Parlamentares, jornalistas, empresários e cidadãos, das mais variadas atividades da economia, estão sendo calados todos os dias, por um enclave judiciário, que materializa o desrespeito e o cinismo dos foras da lei.

De repente, aquele livro conhecido como Constituição, que norteia nossos direitos e deveres enquanto cidadãos, foi trancado num baú à mercê das traças da política.

Enquanto mais da metade dos eleitores indigna-se com a escalada das agressões verbais e juristocráticas, os serviçais da agenda progressista desfilam com escárnio sobre os direitos humanos.

Essa gente, que se faz e enriquece nos bastidores da política comezinha e detratora, está tão certa dos efeitos maléficos que pode causar que não se inibe diante de nada e ninguém. A cada reação popular dobra-se a aposta com medidas cada vez mais pontudas.

Qual é o limite para tudo isso? Como um povo pacato e ordeiro pode reagir diante desse quadro de inconstitucionalidades? O parlamento se vendeu novamente. Sempre eles. O país está à deriva com a tormenta ao fundo.

Nunca se viu nada parecido em tantos anos de república. Até porque o cenário original copia um outro contexto externo, que em nada é semelhante com o daqui. Diz-se que tudo é para o bem da democracia. Os que se abrigam nesse blague festejam o poder arrebatado à força, na tramoia e cada vez mais vil. Nada vai pará-los. Só o imponderável e o sentido de justiça que habita em cada um.

Os dominadores globais juntam mãos e aplaudem os boçais daqui, que pensam ser os maiores espertalhões, mas fazem todo serviço sujo. Isso é o que está acontecendo. Um bando de idiotas se coqueteando em sorrisos nada lisonjeiros.

A história ensina: quem muito ri hoje, amanhã vai chorar. E, na esteira dessa derrota anunciada está a população que sangra ante o desalinho de conduta de seus representantes legais. Não vai ter guerra. Ninguém está preparado para o confronto e nem mesmo deseja isso. Mas que não vai sobrar um desses em pé, não vai.

É triste ver um país tão grande ajoelhado diante de usurpadores de riquezas que só fazem mentir e rir de escárnio.

Óbvio que essa situação não vai acabar tão fácil. Muitos estão dispostos a revidar, mas ainda não em número suficiente. Contudo, aumenta a fervura. Os próximos capítulos serão de arrependimento daqueles que foram coniventes e, em dado momento, dirão que não era bem assim. Alguns começaram a chorar, outros estão preocupados. O retrocesso é inconteste, questão de tempo para o barco “fazer água”.

Ligia Maria Cruz

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

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