9 de maio de 2024
Colunistas Ligia Cruz

Dino no STF não!

Enquanto os brasileiros se esforçam para honrar seus boletos e fazer mágica para esticar o salário mínimo e poder comer, no planalto, os miseráveis de caráter não se preocupam com quem votou neles. O voto é obrigatório e ponto.

O chefe da república, além de notório adulador de déspotas, não tem sequer um fiapo de discernimento, nem vergonha, diante das decisões que tem tomado. Para ele não há limite de decência.

A atmosfera é a pior possível em Brasília. Descaradamente, toda a trama de ganância pelo poder e o que ele traz vai sendo montada, com negociatas e compra de reputações, como no passado recente.

O senador Rodrigo Pacheco é o exemplo perfeito de agente associado do petismo. Ele engavetou tantos projetos importantes do governo Bolsonaro que faltou espaço para guardar propostas importantes para o país. Tudo dentro do script desenhado pelo PT para a volta ao poder. Ele levou a sério a suculenta proposta de levá-lo ao posto de ministro do STF. Só que palavra não vale para esses políticos progressistas travestidos em democratas.

Com o prazo apertando, óbvio que o PT e aliados não abririam mão de priorizar um de seus quadros. Flávio Dino já começou no governo com essa perspectiva. E o Pacheco dançou uma amarga valsa sem par. Riram dele por ter acreditado nas palavras de um mitômano bem treinado.

Para a esquerda, Dino é um soldado graduado que não teme a ninguém, nem mesmo os narcotraficantes das encostas do Rio de Janeiro. De quebra, ele leva a fama de comunista raiz, aquele que arrasta junto de si todos os defuntos da revolução russa.

Ele demonstrou tanta desenvoltura ao transitar na Favela da Maré, sem escolta, logo no início do atual governo, que provocou um assombro geral, porque ninguém entra na favela sem a autorização do chefe local.

O que ele foi fazer lá? “E não devo explicações e tá acabado”, não é bem assim. Dino é funcionário público, pago por todos nós, em que pese o fato de não ter sido escolhido pelo voto popular.

Nesses quase doze meses da nona gestão petista, a única coisa que o PT fez foi cercear liberdades, exacerbar poderes, mentir, tudo em dobradinha com o Supremo narcisista. Dino se encaixa bem no esquema daquelas reservas morais.

Ele é da total confiança do presidente, mesmo o estado do Maranhão ocupar a primeira colocação no ranking de estado mais pobre do país, depois de seu mandato de governador caótico.

A presença de Dino no Supremo será o fim da democracia. Ele será uma espécie de porta-voz do governo, na Casa das leis. Logo estaremos todos submetidos àquele elenco comezinho de vestais da ordem moral progressista. É muito sério isso.

Quem está lá por nós? Uns gatos pingados barulhentos. Estaríamos melhor com o magoado Pacheco? Certamente não.

Após liderar a votação da PEC que põe limites à atuação política do ministros do Supremo ele faz muxoxo e aceitou o que foi oferecido, que saberemos logo mais. Como indenização do sonho frustrado, Pacheco ganhou um regalo e foi convidado a integrar a comitiva que foi para a Arábia fazer média e vender o país. Que ele tem preço e fome de poder sabemos. Aonde houver um agradinho ele estará lá, como um borra-botas

Portanto, dependemos de nós mesmos. Os conservadores e os progressistas arrependidos terão que segurar essa onda e aprender a se articular, coisa que a esquerda fez bem nos últimos quarenta anos.

Ligia Maria Cruz

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

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