27 de abril de 2024
Colunistas Ligia Cruz

De costas para o mundo

Um pedido de desculpas de Lula pode ser a saída para aliviar a crise – (crédito: Ricardo Stuckert / PR)

Os recentes posicionamentos do governo brasileiro no cenário internacional têm levado países de tradição democrática a se fechar para o nós. A falta de segurança jurídica, o aumento das ações das facções criminosas e as restrições ao direitos civis estão entre os principais alertas.

Nesta semana, a Alemanha fez recomendações expressas aos seus cidadãos para evitar vários estados e cidades do Brasil, citando cada uma delas, seus problemas e mais uma série de medidas cautelares, para quem vier por essas bandas.

O que houve de cuidado para com a imagem do Brasil no exterior durante a gestão Bolsonaro, em menos de um ano o quadro se degenerou com Lula no comando.

Não se pode dizer que há má vontade ou exagero nas informações porque as próprias embaixadas dos países reportam aos seus governos a situação da conjuntura local.

Mesmo com a campanha internacional ostensiva do pelotão de choque petista contra o governo Bolsonaro, durante os quatro anos de mandato, não só no Brasil, mas na imprensa internacional, em países europeus e norte-americanos, pouco a pouco a verdade começa a aparecer. E quando se diz que o exemplo vem de cima, neste caso, mais do que um jargão é uma realidade.

O aumento da criminalidade, as decisões diplomáticas destrambelhadas do atual presidente, como o apoio declarado à Vladimir Putin em relação à guerra na Ucrânia, o estreitamento das relações com os países do eixo das ditaduras, como Rússia, Irã, China e outros das Américas do Sul e Central, além da catastrófica louvação ao grupo terrorista Hamas no fatídico episódio dos ataques e chacina de mais de 1.500 pessoas em festival de música e kibuts.

O presidente, ora posto, peitou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com falas antissemitas e desacato diplomático sem precedentes na diplomacia brasileira. Confundindo propositalmente, ou por pura tacanhice, o caudilho pernambucano trata o Hamas como porta-voz da causa palestina e terminou rompendo unilateralmente com o Estado de Israel que, de acordo com o direito internacional, tem o direito de se defender e contra-atacar, como foi o caso.

Netanyahu não é exatamente um parvo despreparado do cenário internacional. É um chanceler de envergadura robusta, perfil que o coloca como personagem central do Levante, nos moldes de “todos contra um”. Um papel nada fácil para “Bibi”, como é conhecido em seu país, um político experiente que, possivelmente, depois que tudo acabar, terá contas a acertar com o seu país. Mas isso não importa para os israelenses agora, mas sim na forte presença do estado na contenção da guerra em seu território.

Como se não bastasse, na malandragem combinada com Maduro, Lula banca o sonso quando se trata de se posicionar se vai franquear a entrada do exército venezuelano em território brasileiro para atacar a Guiana. O venezuelano quer, mas aí seria meter o Brasil numa roubada. Mais uma.

Tal ameaça já assanhou o falso progressista francês, Emmanuel Macron, contra esse possível apoio.

Voltando para a lista dos senões alemães para evitar o Brasil como destino e, se não for possível, seja por negócios ou turismo, é providencial seguir um checklist com restrições a localidades, trânsito, o que portar, o que evitar num elenco de recomendações.

A esperança da indústria do turismo nacional de incrementar os negócios no Brasil reflui para uma posição de incertezas. O setor poderia ter melhores resultados, em volumes de negócios, com políticas estruturadas e atrativas.

Ou seja, a cada dia, o cenário do Brasil frente ao mercado internacional se agrava.

A falta de transparência logo colocará o Brasil no ranking dos piores do mundo para se fazer negócios, estabelecer parcerias e visitar.

Tudo por capricho e vendeta.

A gestão atual em um ano de governo já vai colecionando estragos, débitos sociais e prejuízos aos cofres públicos.

Em mais três anos o que será? Como tudo isso vai acabar?

Ligia Maria Cruz

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

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