25 de abril de 2024
Colunistas Junia Turra

Espelho, Espelho Meu!

Mundo Fashion: A falta que faz um espelho e a dose de bom senso

Donatella pode até ter errado a dose das plásticas, do sol em excesso, das dietas anoréxicas. Mas o mundo da moda, continua a ser o mundo da moda, independente dela.

O mesmo vale para Lynn Yager, uma tal fulana que ganhou destaque nesta temporada por ser da redação da Vogue americana. O motivo não é o que ela escreve, mas o estilo retrô dadaísta com o qual desfila por aí.

Especialmente no primeiro ano sem Karl Lagerfeld, que ficou à frente da Maison Chanel por quase 40 anos, as distorções chamam bastante a atenção.

Vai se difícil superar um gênio como Lagerfeld, que ainda era um cartunista de primeira grandeza e um grande intelectual. A biblioteca dele é uma das mais cobiçadas da galáxia.

Lagerfeld era referência e amigo de uma vida de Anna Wintour, a poderosa editora da Vogue .

A jogada de marketing no esquema político não cabe no corpitcho da alta sociedade. Fico pensando se a viúva de Arafat, que não ia à Palestina para não empoeirar os sapatos de tal marca, sairia por aí com sandálias de bom samaritano da pauta sado-globalista.

Mera publicidade. Querem causar.

Nas vitrines do circuito da Moda em Paris, Düsseldorf, Milão e NY a “fulaninha” da Vogue vinda de outro planeta, não cabe.

É por si só um personagem fictício, até divertido, saído de algum bosque rodeada por faunos, ou do armário de Nárnia.

Pouco importa. Ela não está lá…

Pecinha temática da Vogue. Ponto. Tal qual os desfiles. Ele seguem um roteiro, como um script de teatro.

Mulheres vestidas com ternos. Homens com saias.

Aliás, isso nunca preconizou masculinidade ou a falta dela.

Afinal, escoceses usam saia. Em outras civilizações se usavam saiotes e aquelas roupas “rococó” dos nobres parecendo um cocoricó lá pelo século XVII e XVIII?

Modelos apenas desfilam para a marca. É preciso estar no padrão.

Não adianta desengonçadas, gorduchas, perninhas curtas, bundas com vida própria acharem que o modelo ideal tem que ser mudado.

Não, na passarela, não.

E aquela coisa feia que no momento está ali à frente da Vogue agradece penhoradamente às criaturas que deram destaque e publicidade a ela.

Fora isso, é zero à esquerda: gorda, feia, corpo de Meméia. Não adianta, quem nasceu pra Meméia não vira Medéia. E não entra no Catwalk.

Mas… se ela quer aparecer e pendurar melancia na cabeça, qual o problema?

Afinal, a liberdade determina isso. Deixe as pessoas serem o que quiserem ser, sem impor a elas o seu estilo pessoal. E que elas não imponham aos outros a máscara fashion globalista.

Pode x Não Pode?

Tenho várias amigas que dizem que depois dos 30 não se pode usar cabelo comprido e muito menos franja…

Elas nem usam, mas poderiam perder uns quilinhos ou deixar o cabelo crescer um pouquinho porque cada caso é um caso.

Lacinho de fita depois dos 60, vovó dizia, é só pra quem está dando defeito. Imagina misturar seda com lã…

Pra mim que se subir no salto pareço uma Pata Choca, prefiro mesmo descer a ladeira com a lata d’água na cabeça e berrando contra os incautos.

Ah, eu e Claudia Schiffer discutimos a Estética em Kant. Já viramos notícia juntas por isso e rimos sentadas ali na calçada na madrugada da Oscar Freire, de jeans e cabelos ao vento.

Não há elegância maior do que ser livre sem essa pequeneza de dar conta da vida alheia.

E estria e pelanca? São pavoroooosos. Só pra constar. Portanto, antes de falar dos outros, passe pelo próprio espelho.

E preste atenção nas vitrines das lojas e na apresentação das coleções das grandes marcas. Canhões de guerra não entram na passarela muito menos com traje sucata.

Agora confira o vídeo dos desfiles da Coleção Outono Inverno 2020/2021:

Junia Turra

Jornalista internacional, diretora de TV, atualmente atuando no exterior.

Jornalista internacional, diretora de TV, atualmente atuando no exterior.

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