6 de maio de 2024
Colunistas JR Guzzo

MST não quer terra nenhuma, só dinheiro vivo – e quem paga é o povo

Foto: Reprodução/MST

O MST, esse santo sacrário de Lula, da esquerda nacional e de quem acredita que o Brasil, a esta altura do século XXI, ainda precisa de uma “reforma agrária”, nunca quis distribuir terra para ninguém. Desde o começo das suas operações, ficou claro que é uma sociedade comercial com sócios-proprietários, acionistas e funcionários de carreira, com o objetivo de explorar o mercado mundial da piedade com o “camponês” explorado pelos “ricos” e sempre pronto a dar dinheiro para um “mundo mais justo”. Mais: cria e aproveita oportunidades para assaltar o Tesouro Nacional, em parceria com políticos que também estão pouco ligando para a “situação social” no campo; o que querem é verba, voto e cartaz.

O resultado prático disso é que o MST e seus derivados têm um único interesse real, estratégico e político: manter vivo, e sem solução, o “problema da terra”. É dele que vivem. Estarão mortos o dia em que todos os brasileiros do mundo rural tiverem seu próprio pedaço de chão. Por isso ficaram tão ferozmente contra a distribuição, no governo passado, de mais de 300.000 títulos de propriedade a brasileiros que querem trabalhar na terra.

O MST está invadindo de novo propriedades rurais e órgãos do governo, com estímulo ou omissão da autoridade pública.

Essa trapaça, que dura há décadas, acaba de receber uma espécie de selo de aprovação do governo Lula, com ata de reunião, documento oficial e número de protocolo. Atesta-se aí pública e abertamente, pela primeira vez, que o MST não quer terra nenhuma, e sim dinheiro vivo. O dinheiro, naturalmente, é o seu, tirado diretamente dos impostos.

Não se de trata de uma “reivindicação política” de ordem geral. O que houve de fato, numa reunião oficial do MST com o ministro da Fazenda, foi a exigência de um pagamento específico e determinado de 1 bilhão de reais, a ser depositado nas contas bancárias da organização. Isso mesmo: 1 bilhão de reais, uma em cima da outra. Foi apresentada, é claro, a desculpa de que esse dinheiro se destinaria à “aquisição de terras” para os “camponeses”, mas quem conseguiria acreditar numa história dessas? Se querem mesmo terra, por que não pedem terra? O governo está cheio de terra – é, aliás, o maior proprietário de terras do Brasil, disparado. Nada disso: o que eles querem é 1 bilhão de reais. É uma extorsão. O MST está invadindo de novo propriedades rurais e órgãos do governo, com estímulo ou omissão da autoridade pública; diz que vai invadir mais, se não receber dinheiro.

Se invadir os edifícios dos Três Poderes é crime, terrorismo e golpe de Estado, por que invadir e destruir instalações da Embrapa é permitido?

O MST sabe perfeitamente que está acima da lei. O STF processa de modo enfurecido, sistemático e ilegal tudo o que considera “antidemocrático”, ou “terrorista”, ou contra o “patrimônio do Estado brasileiro”. Mas o MST invade e destrói propriedades da Embrapa, a grande turbina do avanço da economia rural no Brasil, e não acontece absolutamente nada aos seus donos. É o contrário. Eles fizeram parte da comitiva oficial de Lula à China. Continuam ganhando postos-chave no comando do Incra e de outros órgãos oficiais ligados à terra.

Se invadir os edifícios dos Três Poderes é crime, terrorismo e golpe de Estado, por que invadir e destruir instalações da Embrapa é permitido? Por que os autores destes crimes viajam ao lado do presidente da República, despacham com o seu ministro da Fazenda (que põe boné do MST na cabeça) e pedem abertamente dinheiro público ao governo? Por que a lei brasileira não se aplica a eles?

Fonte: Gazeta do Povo

J.R Guzzo

José Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo, é um jornalista brasileiro, colunista dos jornais O Estado de São Paulo, Gazeta do Povo e da Revista Oeste, publicação da qual integra também o conselho editorial.

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José Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo, é um jornalista brasileiro, colunista dos jornais O Estado de São Paulo, Gazeta do Povo e da Revista Oeste, publicação da qual integra também o conselho editorial.

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