Hoje amanheceu chovendo pacas. Pensei: “bom para um whiskey!”, como se houvesse um tempo especificamente adequado para coisas tão especificamente adequadas para qualquer tempo, como whiskey, Coca-Cola e café.
Não me entendam mal: bebo pouquíssimo. Comecei com “on the rocks” escocês, mas o amor pela que deveria ser minha terra natal logo me fez migrar para o Bourbon dos U.S.A., e mais precisamente o texano. Tá, eu sei que o Bourbon é associado ao Kentucky – mas meu coração fez casa de morada no Texas.
E como um papo leva a outro, pensei nas canções associadas ao bom e velho whisky – assim, como os americanos grafam. John Lee Hooker. Willie Nelson. Chris Stapleton. A bebida encaixa bem pacas, desde o blues ao country.
E, como um papo leva a outro, pensei mais uma vez, nas diferenças entre os U.S.A. e o nosso país. Lá, o country tradicional foi modernizado e adaptado aos novos tempos – sem perder a essência, sem deixar de ser o que foi, é – e, sob a proteção do Eterno, sempre será: uma celebração da Vida, da Pátria e da Liberdade.
E aqui? Aqui, as letras do dito ”sertanejo” – que não tem mais absolutamente nenhuma conexão com a música caipira tradicional, que sobrevive nas mãos de Almir Sater e Renato Teixeira, por exemplo – poderiam facilmente ser letras de… funk. Com todo o contexto e conteúdo que apresentam.
Peguei vocês, hein?! Acharam que era só um texto sobre whiskey, rá!
As diferenças. As diferenças, caras. Que droga!
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.