É o título de um livro de Stephen King, magnífico, brutal em vários momentos, de uma beleza mágica em outros, e que virou filme. Você talvez não tenha reconhecido pelo título original, mas se eu resumir, quem sabe você lembre: o livro fala sobre dois homens que cumprem pena no presídio federal de Shawshank. Um afirma que é inocente – e arquiteta um plano para fugir da prisão, no qual um pôster de Rita Hayworth tem papel central. Se você ainda não reconheceu, o título em português é “Um Sonho de Liberdade”.
É uma história, acima de tudo, sobre amizade. E esperança. Sobre como se pode tirar quase tudo de um ser humano – e mesmo assim ele encontrar motivação para resistir. E VIVER. Porque a Vida sempre procura um caminho. Dá-se um jeito. Dá seu jeito.
No final (se você pretende ler o livro/ ver o filme, talvez deva parar aqui, embora os finais de livro e filme sejam diferentes), Andy Dufresne, um dos presidiários, deixa uma pista para Red, como outro é apelidado, através de uma palavra: Zihuatanejo. Que é o nome do lugar onde ele espera – esperança, viu? – que ambos recomecem suas vidas, ainda que idosos.
Zihuatanejo é um símbolo. Uma imagem. Uma ideia. Um farol para quem está à deriva no oceano. Lembrei do livro/filme agora, quando um pesadelo que parecia começar a ser esquecido ressurge em cores fortes. Zihuatanejo.
Estamos todos prisioneiros, nas várias camadas de significados que essa frase contém.
Que não nos falte Zihuatanejo.
(Foto: cena do filme, com Morgan Freeman e Tim Robbins)
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.