É pergunta que nos faz a imagem.
Talvez nos sintamos tristes – por não sermos gratos o suficiente. Sei lá. Quando olhamos em perspectiva – aquela ideia de não perder de vista a árvore no meio da floresta – às vezes o grande se apequena e o que não damos valor se agiganta. É uma pista, vai.
Talvez nos sintamos fracos por não termos carregado peso suficiente. O peso CERTO. O peso RELEVANTE. Aquilo que tem VALOR em nossas vidas – e aquilo pelo qual vale a pena lutar. Essa noção, tão simples, de que há algo de tamanha SIGNIFICÂNCIA e que DEPENDE profundamente de nós, pode ser uma espécie de whey protein para a alma. Uma DÁDIVA.
Quem sabe sintamos que estamos velhos demais. Quem sabe tenhamos aprendido pouco. Quiçá não tenhamos aprendido NADA. Mas essa própria percepção, esse insight, que seja, já é um começo. Um princípio de sabedoria. E tomar ciência do quanto há de novo, e no quão significante é compartilhar o que se sabe, ainda que pouco, pode ter um efeito revivificante. Vai.
Talvez percebamos que não recebemos ajuda. Sentimo-nos sós na lida. Esse pode ser mais um dos casos em que descobrimos que, quanto mais se oferece, mais se recebe. Como na canção final dos Beatles, “o amor que nos chega é proporcional ao amor que entregamos.” Suportemos.
“Não somos felizes?”, pergunta-nos a imagem.
E respondemos:
Quem disse?
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.