Homens faziam a corte – caras, como isso é antigo, eu sei, mas… não é legal essa expressão? À mulheres, nas ruas, nos shoppings, nos botecos, nas vizinhanças…
Deixo claro que me refiro aqui à fazer a corte3
dentro dos limites do respeito adequado, da educação, da finesse, da elegância, e, por que não dizer?, da criatividade.
Era um “fazer a corte” ao estilo de um cartum antigo.
Resultado? Mulheres com autoestima alta – não confunda com “alto-estima auta” – e, vá lá, “empoderadas”. Homens idem.
Corta para os dias de hoje.
Hoje.
Homens quase não fazem mais a corte: nem nas ruas, nem nos shoppings, nem nos botecos, nem nas vizinhanças…
Passam ao largo das mulheres, acabrunhados, canhestros, desenxabidos, nhocunhés.
Receosos de serem tachados – atenção: é com “ch” mesmo. “Taxado”, com X, é aquilo que o seu presida está fazendo – de, no mínimo, machistas assediadores.
Resultado: homens e mulheres com autoestima mais em baixa, mais ou menos incertos dos seus papéis, mais ou menos suscetíveis à ação de predadores que aproveitar-se-ão do vazio – inclusive existencial – para ocupar esses imensos espaços desocupados.
Vocês poderão dizer que isso é tudo uma imensa bobagem teórico-conspiracional, ou até poderão admitir que ocorre, mas em uma escala muito pequena para que faça algum efeito.
Mas a estrada que leva às trevas começa a ser construída com um único saquinho de cimento.
Vai vendo.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.