8 de maio de 2024
Colunistas Joseph Agamol

O país da vilania

Há alguns dias, o grupo Coldplay esteve no Brasil. Ou está, sei lá: o som do grupo não me atrai, me soa sensaborão, algo assim como soaria a música dos chuchus – se chuchus cantassem. Mas não é esse o ponto.

O ponto é que o grupo distribui pulseiras luminosas durante seus shows, para ajudar a compor aquele efeito colorido quando as luzes apagam.

(Parênteses do cara que escreve: nos tempos dos bons espetáculos ao vivo que assisti, Ozzy, Ac/Dc, Whitesnake, Scorpions e outros, essa pausa era espontânea, não premeditada e as luzes eram proporcionadas por isqueiros BIC)

E a banda solicita que o público as devolva – sacumé, é o Coldplay e todo o seu pacote de bom-mocismo midiático. Segundo consta, o público brasileiro foi o que menos devolveu as tais pulseiras, em termos percentuais.

Assisti a essa notícia, em meio a um verdadeiro arcabouço – com duplo sentido, por favor – de notícias ruins, todas envolvendo o nosso Principado do Bananistão, com uma fisionomia perfeitamente inexpressiva.

É apenas o Brasil seguindo o curso das águas turvas nas quais navegava há pelos menos duas décadas.

Seu destino será tornar-se uma espécie de porto seguro, um salvo conduto, um território livre para piratas, bandoleiros e salteadores de todas as estirpes.

O país da vilania.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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