

Fico imaginando o primeiro ser humano a olhar um grão de café e pensar:
Será que se eu amassar esse trem aqui e adicionar água quente vai dar bom?!
Mas o café, já há muito, deixou de ser uma mera beberagem olorosa e de intenso sabor.
Café é pausa. Pensamento. Reflexão.
O café já fez mais pela meditação do que todos os coachs quânticos do mundo.
Mas há aspectos insuspeitos, mais coisas entre o fundo e a asa da caneca do que podemos imaginar.
O café é a paquera madura. O xaveco pós-30.
– E aí? Quando vai rolar AQUELE nosso café?
(Reparem a entonação de “AQUELE” e as reticências ao final da frase)
E – voilà! – o café se metamorfoseia, magicamente, no início da noite, em uma taça de vinho. Ou mais.
É um mundo de promessas que cabe perfeitamente numa xicrinha.
E aí? Não gostaria de entrar para uma XÍCARA de café?… Hein?


Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.