Talvez vocês achem que estou mangando de vocês, fazendo pouco, como se dizia antigamente. Mas é fato: a gente aqui nessas bandas sabe que o Verão acabou é de madrugada.
Pode até fazer um quentinho durante o dia, 30 e poucos, mas, quando passa de uma ou duas da manhã, as mãos buscam quase sem querer a coberta – que já está ali, providencialmente, ao pé da cama.
As padarias já reforçam os bules de café, porque a procura aumenta, os primeiros casacos já deixam as sombras dos fundos dos armários, as formigas somem, as cigarras se calam, o dia começa a ter preguiça de amanhecer e as gentes de levantar, os 18 graus de hoje irão minguando, minguando, até chegar aos doze, dez, oito, daqui a uns 2 meses.
É o ciclo das estações, o círculo da vida, é o sr. Tempo, esse tira malvado, que chega cada vez mais perto da gente.
Quanto a mim, pretendo aproveitar cada corte em minha pele, do vento frio que se aproxima.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.