Sim, um dos maiores. E olha que já tentaram de tudo para “desconstruir” sua imagem – isso desde que ele era governante. Em vão.
Só conseguiram tirá-lo do poder mediante um golpe. Sim, golpe. Pois, como se sabe, “o povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada.”, nas palavras do jornalista Aristides Lobo.
O povo, que o amava, poderia ter resistido. Dom Pedro poderia ter liderado essa resistência, mas, sabedor do alto custo humano que isso teria, preferiu o afastamento, tendo dito, segundo testemunhas: “Já trabalhei muito e estou cansado. Irei então descansar”.
O imperador era um homem raro, daqueles cuja simples contemplação da figura já inspirava respeito, admiração, lealdade – já inspirava.
Dom Pedro EMANAVA sentimentos bons, afeto, bondade, amor, compaixão.
Como disse lá no começo, a sanha iconoclasta e revisionista que é particularmente furiosa no Brasil, e ainda mais quando regimes autoritários estão no poder, jamais o atingiu. Sua imagem permanece imaculada, ícone de tudo aquilo que representa um homem público:
Honra. Austeridade. Inegociabilidade de princípios. Dignidade.
Sua imagem é ícone e deveria ser modelo, meta, alvo, a ser mirado não apenas pelos políticos – mas por todos que habitam esse país.
Dom Pedro II, um rei absolutista, que, absolutamente, jamais foi absolutista.
Hoje, eu prefiro comemorar não o seu afastamento:
Mas sua memória.
Seu legado.
Sua EXISTÊNCIA.
Salve, imperador.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.