

Hoje é Dia do Orgasmo. Eu nem sabia, vi num post de alguém. Daí achei conveniente contar de um orgasmo profundo, denso e vigoroso, que tive ONTEM.
E – mil queixos cairão à minha direita e quatro mil olhos se arregalarão à minha esquerda – foi em público! Assim, ó:
– Ela me olhou. Aqueles olhos de Capitu.- ‘cê tá com uma cara de quem está com vontade…
– Tentei resistir. Durão. Praticamente um Clint Eastwood.- querer eu quero, dona, mas não posso.
– Ela adoçou a voz. Sedutora. Naquele momento, soou quase como um texto inédito de Guimarães Rosa, para mim.- ah, pode sim… você merece, vai…
– Entreguei os pontos. A zaga do Brasil em 2014.- quero só provar. Só um ‘cadinho…
Ela, zombeteira.duvido que, depois de provar, você vá resistir. Vai é se lambuzar…
– Aí foi que eu chupei o pau da barraca. Puxei. Chutei. Droga.- vai, dona! A boca chega que encheu d’água! Cuma é a frase do Oscar Wilde mesmo? Sobre as tentações?!
Ela quase quebrou o clima. Como assim não sabia quem foi Oscar Wilde? Mas eu já tinha ido longe demais para recuar, àquela altura.
– Oscar quem?!
– ‘xapralá! Vai, me dá!
Ela fez um ar de menina má, muito má. Uma Betty Boop millenial.
– agora ’cê quer, né?! Então toma: só uma provinha…
unghhhhhhhhhhhhhuargrof!
Silêncio por uns três segundos. A voz dela vindo de longe, muito longe.
– e aí? Foi bom para você?
Exausto, entreabri meus olhos esgazeados. O suor porejava em minha testa. Minhas pernas pareciam feitas de marshmellow. Grasnei:
– foi, moça. Pode embrulhar três potes desse creme de avelã Lindt. Obrigado.
Orgasmaço!
E ‘cês pensando que era trato de pouca vergonhice, suas mentes carcomidas?!


Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.