27 de abril de 2024
Colunistas Joseph Agamol

Dia do Orgasmo

Hoje é Dia do Orgasmo. Eu nem sabia, vi num post de alguém. Daí achei conveniente contar de um orgasmo profundo, denso e vigoroso, que tive ONTEM.

E – mil queixos cairão à minha direita e quatro mil olhos se arregalarão à minha esquerda – foi em público! Assim, ó:

– Ela me olhou. Aqueles olhos de Capitu.- ‘cê tá com uma cara de quem está com vontade…

– Tentei resistir. Durão. Praticamente um Clint Eastwood.- querer eu quero, dona, mas não posso.

– Ela adoçou a voz. Sedutora. Naquele momento, soou quase como um texto inédito de Guimarães Rosa, para mim.- ah, pode sim… você merece, vai…

– Entreguei os pontos. A zaga do Brasil em 2014.- quero só provar. Só um ‘cadinho…

Ela, zombeteira.duvido que, depois de provar, você vá resistir. Vai é se lambuzar…

– Aí foi que eu chupei o pau da barraca. Puxei. Chutei. Droga.- vai, dona! A boca chega que encheu d’água! Cuma é a frase do Oscar Wilde mesmo? Sobre as tentações?!

Ela quase quebrou o clima. Como assim não sabia quem foi Oscar Wilde? Mas eu já tinha ido longe demais para recuar, àquela altura.

– Oscar quem?!

– ‘xapralá! Vai, me dá!

Ela fez um ar de menina má, muito má. Uma Betty Boop millenial.

– agora ’cê quer, né?! Então toma: só uma provinha…

unghhhhhhhhhhhhhuargrof!

Silêncio por uns três segundos. A voz dela vindo de longe, muito longe.

– e aí? Foi bom para você?

Exausto, entreabri meus olhos esgazeados. O suor porejava em minha testa. Minhas pernas pareciam feitas de marshmellow. Grasnei:

– foi, moça. Pode embrulhar três potes desse creme de avelã Lindt. Obrigado.

Orgasmaço!

E ‘cês pensando que era trato de pouca vergonhice, suas mentes carcomidas?!

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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